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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cientistas descobrem novo gene relacionado ao desenvolvimento do cérebro

Descoberta feita por pesquisadores da UFRJ e Harvard pode ser a chave para entender melhor a formação do sistema nervoso

Uma parceria multidisciplinar entre pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, resultou na descoberta de um gene que pode ser a chave para entender melhor a formação do sistema nervoso, incluindo o cérebro, nos embriões de vertebrados. Coordenada no ICB/UFRJ pelo biólogo do desenvolvimento e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ Jose Garcia Abreu, a pesquisa começou em 2007. Anos de trabalho minucioso depois, o estudo resultou na publicação, em junho de 2012, de um artigo na renomada revista científica Cell, especializada em biologia celular e molecular na fronteira do conhecimento.

O novo gene, denominado Tiki, foi descoberto pela sua capacidade de controlar a formação de estruturas anteriores do sistema nervoso - o cérebro - em embriões de anfíbios Xenopus laevis. "Em testes realizados com anfíbios na fase embrionária, nos quais o gene Tiki foi removido, o resultado foi o desenvolvimento de embriões sem estruturas cerebrais. Isso revelou que o Tiki é necessário para a correta formação da cabeça", resume Abreu. "O nome Tiki é uma referência às estátuas de formas humanóides e cabeça grande encontradas nas praias Polinésias", completa.

Encontrado nas células precursoras da formação da cabeça em embriões, o gene Tiki codifica uma enzima capaz de inibir a molécula WNT. Esta, por sua vez, controla uma série de fenômenos biológicos, entre os quais a autorenovação de tecidos, e também é responsável pela formação da cabeça de vertebrados. "A molécula WNT, na vida adulta, está associada a processos degenerativos e regenerativos, e ao desenvolvimento de tumores. Ela age como uma via de sinalização intracelular nos processos embrionários e homeostase de tecidos", explica Abreu.

Novos tratamentos
De acordo com o pesquisador, a descoberta é um passo importante para o entendimento de doenças congênitas humanas que afetam a formação cerebral, como a anencefalia, excencefalia e microcefalia, entre outras. "O estudo abre muitas possibilidades futuras no campo terapêutico, já que distúrbios na molécula WNT são a causa de muitas degenerações, anomalias congênitas e também de muitos tipos de câncer", destaca Abreu. "É o ponto de partida para compreender melhor os mecanismos moleculares e poder, no futuro, pensar em formas de tratamento das doenças de desenvolvimento embrionário", diz.

A próxima etapa da pesquisa, que continua em curso no Rio e nos Estados Unidos, é detectar o papel do gene Tiki em outros órgãos e tecidos do embrião de anfíbios e outros vertebrados incluindo o homem, além do cérebro. "Queremos compreender melhor os efeitos do gene nas diversas etapas do desenvolvimento embrionário do coração, do intestino e também em tumores", conclui.

A parceria com o ICB/UFRJ envolve a participação do professor Xi He, do Hospital das Crianças de Boston e do Centro de Proteômica, da Escola Médica de Harvard, e de pesquisadores de mais dois laboratórios nos Estados Unidos: Rockefeller University, em New York, e Indiana University School of Medicine, em Indianapolis. O estudo conta ainda com o trabalho de diversos pesquisadores do ICB/UFRJ: a ex-aluna de doutorado e atualmente professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Karla Almeida; as doutorandas Natalia Amado e Alice Reis; e os pós-doutorandos Natalia Feitosa e Diego Aguiar.

Fonte isaude.net

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