Mastigar bem os alimentos e comer sem pressa são as dicas para evitar inconvenientes
Deglutição prejudicada13/08/2012 | 16h46
Idosos estão mais sujeitos a engasgos, alerta especialista
Mastigar bem os alimentos e comer sem pressa são as dicas para evitar inconvenientes
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José Fernando Pires (D) recebeu em casa o médico Luciano Bastos Moreira, que salvou sua vida
Foto: Jean Schwarz / Agencia RBS
Taís Seibt
tais.seibt@zerohora.com.br
A cena protagonizada pelo empresário aposentado José Fernando Pires, 81 anos, que passou por uma traqueostomia de emergência em uma churrascaria de Porto Alegre no Dia dos Pais, serve como alerta, principalmente para idosos. Devido a alterações fisiológicas naturais pelo avanço da idade, eles estão mais expostos ao engasgo, conforme o otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça e pescoço Gerson Maahs.
— Engasgos costumam ser ainda mais frequentes em pessoas que sofreram AVC ou têm doenças como Parkinson e Alzheimer, pois apresentam alterações que comprometem a deglutição — comenta o médico, que é professor-adjunto na faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Maahs esclarece que a traqueostomia de emergência realizada no restaurante pelo cirurgião-geral Luciano Bastos Moreira serviu para permitir a passagem de ar, contornando a parada respiratória enquanto o socorro especializado não chegava. A diferença é que, se o procedimento fosse feito em ambiente hospitalar, o médico utilizaria bisturi e cânulas, em vez de faca e caneta.
— No caso da churrascaria, é possível que o cirurgião tenha realizado uma cricotireoidostomia, onde a abertura é feita acima da traqueia, entre as cartilagens tireoide e cricoide da laringe. Na frente da traqueia fica a glândula tireoide, que dificulta a cirurgia em uma emergência — observa.
A traqueostomia pode ser feita de forma eletiva em pacientes internados que precisam respirar com ajuda de aparelhos. Há também a traqueostomia de urgência, indicada quando um tumor, edemas alérgicos ou politraumatismos obstruem as vias aéreas, gerando dificuldades de respiração.
O médico salienta que a parada respiratória não é frequente em casos de engasgo, especialmente em pessoas que não tenham uma doença de base que possa afetar a deglutição. Mastigar bem os alimentos e comer sem pressa são as dicas do especialista para evitar inconvenientes.
Além dos idosos, crianças pequenas também figuram entre as mais prevalentes nesse tipo de ocorrência. Em 2011, o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre registrou mais de 5 mil atendimentos por corpo estranho, registro que inclui engasgo e também casos de crianças que engolem objetos.
Primeiros socorros
— Não se deve oferecer água ao engasgado, pois isso pode agravar ainda mais a situação.
— O indicado é tentar retirar o corpo estranho da boca, tentando puxá-lo para fora com a mão, se estiver visível.
— Do contrário, deve ser feita a chamada Manobra de Heimlich: deve-se abraçar o engasgado pelas costas, apertando as duas mãos entre o tórax e o abdômen, jogando o ar para fora na tentativa de expulsar o corpo estranho da laringe ou da faringe de forma mecânica.
— A última medida é a retirada por meio cirúrgico.
Fonte Zero Hora
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