
Investigadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, identificaram um novo mecanismo responsável pela origem da doença de Parkinson.
A descoberta contraria algumas teses científicas sobre as causas de uma das patologias neurodegenerativas mais comuns que afeta, segundo os últimos dados, mais de quatro milhões de pessoas em todo o mundo.
Os resultados, publicados na revista Human Molecular Genetics, revelam que a disfunção da mitocôndria, responsável pela produção de energia nas células, é a grande responsável pelo aparecimento da doença.
Os investigadores portugueses demonstraram, pela primeira vez, em estudos com células de doentes de Parkinson, que a deficiência no tráfego intracelular é provocada pela disfunção das mitocôndrias dos doentes.
"Analisamos toda a via celular e verificámos que, na doença de Parkinson, a disfunção mitocondrial é o evento que está na base de uma autofagia deficiente, mecanismo através do qual ocorre a degradação de organelas disfuncionais e de proteínas danificadas, ou seja, acúmulo de lixo biológico ao longo do envelhecimento e que se não for eliminado leva à morte das células", explica a líder da pesquisa, Sandra Morais Cardoso.
Segundo os pesquisadores, a descoberta fornece novas pistas importantes para o desenvolvimento de futuros fármacos capazes de prevenir a interrupção do tráfego e, deste modo, assegurar o transporte intracelular normal, que se processa ao longo de todo o neurônio, desde o núcleo até às terminações sinápticas.
"Notamos que por si só a autofagia não pode ser utilizada como alvo terapêutico após o diagnóstico da doença, sendo assim necessário desenvolver abordagens terapêuticas que simultaneamente promovam a autofagia e restaurem o tráfego celular", destaca Cardoso.
Considerando que o processo autofágico tem duas componentes distintas, assumindo, por um lado, o papel de controle de qualidade das células e, por outro, transformando, durante o jejum prolongado, os elementos da célula em nutrientes para prolongar a preservação do organismo, os investigadores estudaram todo o processo autofágico e verificaram que, na doença de Parkinson, sua ativação pode ser prejudicial.
O próximo passo da equipe é estudar e descobrir como é que a disfunção da mitocôndria leva à desestabilização das autoestradas celulares.
Fonte Minha Vida
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