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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Pacientes cardíacos desconhecem os alimentos saudáveis e confundem os tipos das gorduras

Em pesquisa, 82% afirmaram que consomem gordura trans e saturada por desconhecerem os malefícios à saúde

Para avaliar o grau de conhecimento de pacientes cardíacos sobre o consumo de gorduras na alimentação, foi realizada uma pesquisa com 600 pessoas, com idade acima de 20 anos, residentes da cidade de São Paulo de diferentes classes sociais. O resultado revelou que a maioria dos entrevistados, mesmo sendo portadores de condições como pressão alta, diabetes, obesidade e colesterol elevado, não tem conhecimento sobre a diferença entre os tipos de gorduras, quais são as mais indicadas e quais alimentos possuem um perfil nutricional mais adequado.

De acordo com o nutrólogo e cardiologista do Hospital do Coração, Daniel Magnoni, responsável pela pesquisa, alguns nutrientes, bons ou maus para a saúde, são bem conhecidos pelos entrevistados, como o ômega 3 (86%). Já as gorduras que fazem mal à saúde, como a trans (81,9%) e a saturada (80,2%), continuam sendo consumidas por parcela significativa da população. Outro ponto alarmante é que, cerca de 20% dos entrevistados desconhecem que as gorduras saturadas são ruins, realidade que preocupa os especialistas.

— Percebemos algumas contradições no cruzamento dos dados e verificamos pontos importantes que precisam ser reforçados junto à população, como é o caso da gordura saturada, que deve ser evitada — alerta Magnoni.

Outro exemplo é sobre a gordura insaturada, que teve 55% de reprovação quando questionada sobre sua saudabilidade.

— É um equívoco, pois a classificação insaturada se refere às gorduras benéficas à saúde do coração — esclarece o médico.

Essas gorduras "boas", as insaturadas, dividem-se em dois tipos: poli-insaturadas e monoinsaturadas. Os ômegas (3 e 6) são nutrientes saudáveis, encontrados na composição das gorduras poli-insaturadas. A pesquisa apontou, no entanto, que há uma grande confusão quando essas nomenclaturas aparecem para a população. A maioria das pessoas sabe que os ômegas são benéficos, mas desconhecem que estão presentes nas poli-insaturadas, uma vez que o estudo mostrou que 57% dos entrevistados acham que as polis devem ser evitadas na alimentação.

— Há um desconhecimento sobre o significado dos termos técnicos. Além disso, poucos sabem os benefícios que essas gorduras trazem para saúde e em quais alimentos encontrá-las — ressalta Magnoni.

Fontes de gorduras
A pesquisa apontou pontos positivos e negativos sobre a percepção dos pacientes em relação à presença em excesso de colesterol, gordura saturada e trans nos alimentos. A bolacha recheada e a manteiga foram apontadas como as grandes vilãs. Já a maionese foi tida como vilã nos três quesitos — 84,7% responderam que o produto tem elevado nível de colesterol, 74,4% acham que é rica em gordura saturada e 63,3% apontaram que contém gordura trans.

O médico acredita que crenças e suposições atrapalham na busca de fontes de gorduras boas e acrescenta que 29,9% nunca leem os rótulos dos alimentos e 36,8% leem às vezes, ante os 17,6% dos que têm o hábito de ler sempre.

— Essa prática ajuda a identificar o perfil do produto durante as compras, mas, para isso, as pessoas precisam entender o que a tabela nutricional oferece de informação — comenta.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia, apoiada nessa pesquisa e em pesquisas semelhantes, sobre incidência de doenças cardiovasculares e atuações preventivas em nutrição, lança a diretriz sobre gorduras, estimulando o consumo de gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas, reduzindo a gordura trans e estimulando a utilização de Omega 3 em pacientes com risco de doença cardiovascular.

Fonte Zero Hora

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