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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

As consequências da humanização no setor da saúde

As consequências da humanização no setor da saúde

A humanização está se transformando em um ponto significativo e importante do processo de atenção à saúde. Pelo menos é o que se pode concluir após debate sobre o tema no V Congresso ABDEH, que acontece em São Paulo de 4 a 7 de setembro.

Essa transformação sugerida é um desenvolvimento que é fruto do melhor conhecimento daquilo que é feito pelo setor e dos resultados obtidos. Segundo Gonzalo Vecina, professor de Saúde Pública da USP-SP, a importância da humanização hoje é um reconhecimento da importância do cliente paciente dentro da equação do cuidado. “Ele sempre foi tratado como um objeto e o conhecimento sobre o processo de cuidado nos têm levado cada vez mais a levar em conta não mais o paciente, mas o sujeito que ele é”, avalia.

Para Vecina, humanização se traduz em um conjunto de técnicas e práticas voltadas para melhor acolher e tratar o sujeito cliente que é cada vez mais importante no processo de sua própria atenção.

“Essa questão, particularmente no que diz respeito ao ambiente, é um jogo de pesos e contrapesos sobre privacidade, comodidade e acessibilidade. O desafio é: como fazer para que esse jogo pelo menos se equilibre para criar sinergia e melhoras?” indaga.

Neste quesito, o espaço é uma dos pontos considerados mais importantes, onde se considera o tipo de piso, revestimento, degraus, iluminação e controle térmico. É um conjunto de ideias que, de acordo com Vecina, deve ser incorporado na arquitetura hospitalar, além de ser cuidado para que possa fazer uma soma positiva na questão humanização.

Isto envolve além de aspectos ambientais, trata-se de processos de cuidados, comportamental e econômico, que tem a ver com eficiência do estabelecimento. Com relação aos processos de cuidados, o professor de saúde pública destaca o avanço no conhecimento sobre o quão positivo é o paciente ter acesso continuamente às pessoas da família.

“Tem outro componente que cada vez mas vai fazer parte desse processo, que é o papel tanto do sujeito cliente quanto do acompanhante na determinação do seu processo terapêutico, ou seja, se estamos falando hoje em duplo cheque, em determinados atos quando o risco é maior, já temos que pensar no triplo cheque – participação do paciente e sua família na identificação dos procedimento que serão ou são realizados”, diz.

Tradicionalmente falamos em três tipos de prevenção: primária, secundaria e a terciária. Vecina arrisca que em breve deva surgir a prevenção quartenária. Para ele, é forçar a barra, porém interessante. “Hoje boa parte do que nos chamávamos de movimento pela qualidade é o movimento pela segurança dentro do ambiente de saúde. E a ideia de segurança é mais importante do que a de qualidade, porque primeiro temos que ter compromisso de não piorar, de não fazer o mau. Que é a regra mais antiga da medicina.”

Durante debate, fica óbvio que existe preocupação com o melhor cuidar, os protocolos são essa busca do melhor cuidar, mas o movimento mais importante é o pelo não erro, pela segurança do paciente e daí essa ideia de que cada vez mais também o paciente tem que se transformar em sujeito e interferir no seu processo terapêutico.

“Algum dia alguém vai inventar um novo negócio como esse de acreditação de que os pacientes participam do processo, porque isso certamente veio para ficar, embora incomode muito os profissionais de saúde”, conclui.

Fonte SaudeWeb

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