Lembrar de algo como se tivesse acontecido ontem. Esquecer coisas de ontem como se nunca tivessem acontecido. Já passou por situações como essas? Um estudo canadense explica: se você esqueceu é porque suas emoções sobre o acontecido não eram nem um pouco importantes.
“As emoções cotidianas, aquela onde a alegria ou tristeza não é tão intensa assim, fazem com que a memória de um determinado acontecido fiquem vagas”, diz Rebecca Todd, pesquisadora da Universidade de Toronto e autora do estudo.
E isso acontece tanto para as emoções negativas quanto as positivas, completa Todd. Ou seja, o primeiro beijo vai ser tão vívido quanto o primeiro acidente de carro.
“Outro ponto importante da nossa pesquisa é que memórias vívidas são as que mais vão nos acompanhar até a velhice”, diz a pesquisadora. “É como se uma foto em um ambiente escuro fosse tirada com flash. Nos outros tipos de memória as sombras predominariam”, completa Todd, cuja pesquisa partiu do monitoramento do cérebro de participantes do estudo durante um teste de memória com fotos de seus arquivos pessoais.
A memória, como se sabe, não é exclusividade de uma parte específica do cérebro, mas de vários mecanismos neuronais, entre eles os mecanismos responsáveis por associar sons, imagens, cheiros, profundidade espacial entre outros. As emoções ajudam a “colar” melhor todos esses pedaços.
“Nós descobrimos que o cérebro indexa mais rapidamente memórias emocionais. O processo se torna algo tão rápido que o próprio cérebro se engana: ele deixa de ver uma foto, por exemplo, e passa alguns milesegundos acreditando que a imagem é algo real e paupável. A emoção altera funções do cortex visual, estrutura responsável por processar o que vemos”, explica a pesquisadora.
Todd lembra ainda que esse tipo de estudo pode servir, no longo prazo, para determinar o quanto um trauma pode ser intenso. “Saber como essas associações realmente ocorrem pode servir para ajudar pessoas mais sensíveis a traumas, incluindo aquelas com Síndrome do Estresse Pós-traumático”, indica a autora do estudo publicado no periódico Journal of Neuroscience.
Fonte O que eu tenho
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