Tão importante quanto aumentar o número de doadores é melhorar a qualidade de
vida de transplantados, diz médico
transplante de órgãos e tecidos é um dos principais símbolos do avanço da
medicina moderna, afirma o infectologista Alessandro Pasqualotto, chefe do
Laboratório de Biologia Molecular da Santa Casa, de Porto Alegre. Mas é preciso
ainda aperfeiçoar o acompanhamento do paciente pós-transplante, para garantir a
sobrevida do transplantado.
Após o transplante, o paciente fica imunossuprimido, ou seja, tem a atividade
do sistema imunológico reduzida para coibir a rejeição do órgão implantado. A
imunossupressão, no entanto, aumenta a vulnerabilidade a todo tipo de
infecção.
— Precisamos discutir estratégias para o manejo eficiente dessas infecções,
que representam grande risco ao paciente transplantado — destaca
Pasqualotto.
Com esse intuito, o Simpósio de Infecções em Pacientes Transplantados reúne
cerca de 500 especialistas no assunto na Capital nesta sexta-feira e sábado. É a
terceira edição do encontro, realizado sempre na Santa Casa, por ser centro de
referência em transplantes no país. Pasqualotto faz questão de que o evento
continue no hospital, para firmar vanguarda também no manejo de infecções
pós-transplante.
— Ter mais doadores de órgãos é importante, mas para isso fazer sentido, o
paciente precisa sobreviver após o transplante — diz o médico.
A proposta é que líderes de equipes transplantadoras em hospitais de diversos
Estados e alguns até de fora do país apresentem casos clínicos desafiadores,
envolvendo infecções fúngicas, tuberculose, hepatites virais, citomegalovírus e
vacinas pós-transplante.
Segundo Pasqualotto, cada cirurgia tem riscos específicos, mas a que mais
frequentemente gera infecções é o transplante de medula óssea, especialmente em
caso de doador não aparentado.
O evento é promovido em parceria com a Universidade Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), onde ocorrem as apresentações, a partir das 14h
desta sexta-feira, no Salão Nobre da Universidade. Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos (ABTO), unidades de fomento como CNPq, Capes e Fapergs e
outras associações médicas apoiam a programação.
No encerramento da programação de sexta-feira, o músico Yamandu Costa fará
show para os conferencistas. Há uma cota de convites gratuitos para a
comunidade. Os ingressos podem ser retirados na Secretaria de Extensão da UFCSPA
(Rua Sarmento Leite, 245 — Centro). Mais informações pelo telefone (51)
3214-8504, em horário comercial.
Doação de órgãos no país
O número de transplantes realizados no Brasil no primeiro semestre deste ano
cresceu 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho
de 2012, foram realizados 12.287 transplantes contra 10.905 nos primeiros seis
meses de 2011. Em números absolutos, São Paulo realizou 4.754 transplantes,
seguido por Minas Gerais, com 1.097, pelo Paraná, com 937, pelo Rio Grande do
Sul, com 777, e por Pernambuco, com 767.
Tire suas dúvidas
Como posso ser doador de órgãos?
No Brasil, o transplante só acontece com a autorização de um familiar do doador, que deve autorizar a doação por escrito.
No Brasil, o transplante só acontece com a autorização de um familiar do doador, que deve autorizar a doação por escrito.
Quem pode ser doador?
Pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina e deve ser feito por dois médicos de diferentes áreas, com a comprovação de exames complementares.
Pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina e deve ser feito por dois médicos de diferentes áreas, com a comprovação de exames complementares.
É possível doar órgãos em vida?
Sim. Qualquer pessoa saudável pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não-parentes, somente com autorização judicial.
Sim. Qualquer pessoa saudável pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não-parentes, somente com autorização judicial.
Quais órgãos e tecidos podem ser doados?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rim, córnea, ossos, músculos e pele.
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rim, córnea, ossos, músculos e pele.
Quem recebe o órgão doado?
Pacientes em lista de espera no Cadastro Nacional de Transplantes, conforme critérios de compatibilidade com o doador e condições do receptor para o transplante.
Pacientes em lista de espera no Cadastro Nacional de Transplantes, conforme critérios de compatibilidade com o doador e condições do receptor para o transplante.
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde
Por Zero Hora
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