Sódio está diretamente relacionado ao desenvolvimento de hipertensão, doenças
cardiovasculares e doenças renais
A trilha sonora dos supermercados gaúchos será interrompida para a veiculação
de spots alertando para os riscos do consumo excessivo de sal. Cartazes também
serão espalhados pelos estabelecimentos e folderes serão distribuídos aos
clientes em campanha para a redução do sódio na alimentação.
O Rio Grande do Sul está entre os quatro Estados escolhidos pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar início à campanha nacional de
conscientização para a redução do consumo de sódio. Paraná, Pará e Espírito
Santo são os outros três.
A campanha reforça as estratégias para a redução do consumo de sódio pela
população brasileira e se alia ao compromisso assinado entre o Ministério da
Saúde e as indústrias de alimentação para a redução gradual da quantidade de
sódio nos alimentos processados.
Brasileiros consomem mais que o dobro de sal recomendado
Estimativas demonstram que a população brasileira consome cerca de 12 gramas
de sal por dia, mais do que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), que é de até 5 gramas diárias. Cerca de 40% da composição do sal é
sódio, considerado um nutriente de preocupação de saúde pública por estar
diretamente relacionado ao desenvolvimento de hipertensão, doenças
cardiovasculares e doenças renais.
De acordo com a OMS, em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes
notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não transmissíveis. Além
disso, o aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de
morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro
vascular e insuficiência renal.
Já dados do IBGE indicam que, em 2009, uma em cada três crianças brasileiras
na faixa de cinco a nove anos estava com sobrepeso, sendo que a obesidade
atingiu 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas. Durante o período de 1974 a 2009,
a prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos,
passou de 3,7% para 21,7% no sexo masculino e de 7,6% para 19,4% no sexo
feminino. Nesse mesmo período, o sobrepeso na população adulta masculina passou
de 18,5% para 50,1%, enquanto que na feminina foi de 28,7% para 48%.
Em termos de custos ao Sistema Único de Saúde, no período de 2001 a 2010
houve aumento de 63% dos gastos em internações associadas à hipertensão
(desconsiderando o ônus com perda da qualidade de vida, não mensuráveis).
Internações por acidentes vasculares cerebrais, infarto do miocárdio e outras
doenças isquêmicas oneraram o sistema de saúde brasileiro em quase U$20 milhões
no ano de 2010.
Queijo parmesão e macarrão instantâneo são campeões em teor de
sódio
Pesquisa divulgada na terça-feira pela Anvisa mostra que os campeões em alto
teor de sódio são o queijo parmesão ralado, o macarrão instantâneo, os embutidos
e o biscoito de polvilho.
O queijo parmesão ralado lidera o ranking, com teor médio de 1.981 miligramas
de sódio por 100 gramas do produto. Nas colocações seguintes, aparecem o
macarrão instantâneo e a mortadela. O biscoito de polvilho tem quantidade média
de 1.092 miligramas do ingrediente para cada 100 gramas.
Ao todo, foram analisados 496 produtos de 26 categorias de alimentos. Em
nota, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), que responde
por 70% do setor, informou que não teve acesso aos resultados do monitoramento
do conteúdo de sódio nos alimentos processados no período 2010-2011.
"No que diz respeito especificamente à redução de sódio, foram estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Abia, até o momento, metas de redução para nove categorias de alimentos, que devem resultar na retirada de mais de 20 mil toneladas de sódio dos produtos até 2020," disse a associação.
Fonte Zero Hora
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