Ansiedade é um dos motivos associados ao hábito de roer as unhas, diz psicóloga
O (feio) hábito de roer as unhas é chamado pelos médicos de onicofagia. Ele
pode trazer sérias lesões não só às unhas, mas também para a área em volta
delas, já que existem pessoas que roem a unha até sangrar. Porém, além do efeito
estético, quem tem esse hábito pode afetar a saúde: aumenta significativamente o
risco de contrair doenças por causa das bactérias que ficam na ponta dos
dedos.
A psicóloga Heloísa Marcon afirma que a ansiedade é um dos motivos ligados ao
problema.
— Não existe uma causa única de roer unhas, mas certamente ela está associada
com a ansiedade — explica.
Segundo ela, é comum as pessoas não conseguirem expressar seus sentimentos e
buscarem subterfúgios. Ela lembra que roer as unhas é algo que acontece em todas
as idades e recomenda buscar atendimento psicológico para descobrir qual o
motivo que levou a pessoa a adquirir o hábito.
Especialistas ressaltam que é comum que surjam diversos problemas de saúde,
como ferimentos que servem de entrada para o vírus HPV (causador de verrugas na
pele). Outras consequências são a ingestão de germes e a ocorrência de lesões em
volta da pele, caracterizadas por inchaços, vermelhidão e aumento da
sensibilidade.
Hábito pode causar transtornos graves
Ao contrário do que alguns pensam, quem tem o problema não corre risco de ter
apendicite nem úlcera. Conforme o gastroenterologista Júlio Carlos Pereira Lima,
essas afirmações não têm comprovação. O que pode acontecer é que pessoas que
tenham o transtorno também desenvolvam paralelamente desconfortos
gastrointestinais causados por fatores emocionais.
O hábito pode ser um distúrbio de comportamento, especificamente, um
transtorno de controle de impulso, conforme explica o psiquiatra Cristiano Brum.
Ele afirma que o transtorno é grave quando há o automatismo no quadro.
— A onicofagia é diagnosticada quando a pessoa rói as unhas a ponto de se
ferir, de nunca deixá-las crescer e de fazer isso sem se dar conta, enquanto
assiste televisão ou lê um livro — explica.
O poder da neurolinguística
Por se tratar de um comportamento de ordem emocional, um dos tratamentos
indicados é a Programação Neurolinguística (PNL), que consiste em um método de
aprendizagem sobre o funcionamento da mente humana e a percepção de como os
modelos mentais incidem sob os comportamentos. Através dela, as pessoas
trabalham o autocontrole e aprendem quais recursos emocionais e intelectuais são
necessários para deixar de roer as unhas.
— Quando você muda ou atualiza o seu modelo mental, você muda comportamentos
e atitudes. Quando comportamentos e atitudes mudam, a transformação e a melhoria
de resultados são consequências naturais — afirma Marcos Moraes, diretor de uma
escola que atua com foco na PNL.
Ele observa que na maioria dos casos de onicofagia nos quais a técnica é
aplicada, as soluções são encontradas em uma ou duas sessões.
Saiba mais
Alterações nas unhas podem auxiliar no diagnóstico de várias doenças. A
análise é realizada por exame visual, com a ajuda de lupa ou dermatoscópio, para
avaliação mais profunda da lesão. De acordo com a dermatologista Márcia Grieco,
pode-se identificar desde carência de vitaminas até doenças graves como câncer e
diabetes.
Fonte Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário