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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Unicamp cria aparelho que indica local exato para aplicação de anestesia

Carlos Alxandre Ferri, autor do estudo, junto ao estimulador de nervos
Foto: Unicamp
Carlos Alxandre Ferri, autor do estudo, junto ao estimulador de nervos
Equipamento, que emite sinal sonoro, atenua riscos e efeitos colaterais causados pela aplicação de anestesia no paciente
 
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um pequeno aparelho digital capaz de diminuir os riscos e efeitos colaterais das anestesias regionais, amplamente empregadas em pequenas e médias cirurgias de membros.
 
O estimulador de nervos, como é conhecido, é controlado por um microprocessador e conectado a uma agulha. O equipamento emite um sinal sonoro, que indica ao médico o local exato a ser anestesiado.
 
Nas cirurgias de membros, quando se faz o uso da técnica regional, o anestésico é injetado próximo ao conjunto de nervos, inibindo o estímulo de dor. A imprecisão nestes casos pode levar desde a perfuração do nervo em condições extremas, até a sensações de formigamento e paralisia parcial, devido a altas quantidades de anestésicos.
 
O protótipo, ainda em fase de testes, foi criado pelo engenheiro eletricista Carlos Alexandre Ferri como parte de seu estudo de mestrado defendido junto ao programa de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp.
 
Outros equipamentos
Segundo o pesquisador da Unicamp, Carlos Alexandre Ferri, já existem aparelhos comerciais de estimulação de nervos para o auxílio em anestesias regionais. Assim como o equipamento proposto, eles são usados alternativamente ao método tradicional, cuja localização dos nervos é realizada manualmente, pelo tato.
 
A diferença entre eles é que, pela primeira vez, o sistema foi criado de modo totalmente automatizado. Isto permite, segundo o engenheiro, que o equipamento tenha uma precisão dez vezes maior quando comparado aos convencionais. Além disso, a praticidade obtida com a automatização é essencial ao anestesiologista, salienta.

Redução de custos
Outra vantagem é a redução de custos. Enquanto os valores dos aparelhos existentes, geralmente importados, chegam a cerca de R$ 4 mil, os custos de montagem do instrumento criado ficou na ordem de R$ 300,00. As diferenças também são significativas em relação ao custo de operacionalização, aponta o estudioso da Unicamp.
 
Ele explica que a utilização dos aparelhos comerciais requer um assistente ao lado do anestesiologista para efetuar os ajustes enquanto se localiza o nervo. Por ser automático, o equipamento desenvolvido na Unicamp dispensa este tipo de apoio. Neste ponto, o orientador do trabalho completa que existem outras formas de identificação do conjunto de nervos, mas também inviáveis financeiramente.
 
" Pode-se usar, por exemplo, um equipamento de ultrassom de imagem para visualizar o conjunto de nervos. Mas, além de trabalhoso, seria necessário um aparelho deste porte dedicado exclusivamente para aquele fim, acarretando um custo muito alto. Os equipamentos de ultrassom devem ser utilizados para diagnósticos clínicos. Nestes casos o seu uso será muito mais vantajoso ao paciente" , acrescenta Antônio Quevedo, do Departamento de Engenharia Biomédica da FEEC.

Testes
O anestesiologista Francisco Carlos Pena Siqueira efetuou testes clínicos com o estimulador. Os experimentos aconteceram no Hospital e Maternidade Madre Theodora, localizado no Parque das Universidades, em Campinas. Todos os testes foram realizados com pacientes em cirurgias de mãos por meio da técnica de bloqueio de plexo braquial.
 
O Comitê de Ética em Pesquisa Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp aprovou os ensaios, bastante promissores, conforme revela o engenheiro Carlos Alexandre Ferri. " Após os testes, o doutor Francisco Pena relatou que o bloqueio com o uso do estimulador foi realizado com melhor qualidade em relação ao método convencional, sem o uso do aparelho. Isso quer dizer que o efeito desejado foi obtido em um período de tempo menor."

Patente
Quevedo também avalia como promissor o potencial da pesquisa que resultou no estimulador. "É fundamental transferir esta tecnologia para a indústria. De imediato, o equipamento criado já mostra soluções que podem melhorar os aparelhos comerciais" , considera.
 
" Este tipo de técnica é importante para a qualidade da aplicação anestésica regional, bastante utilizada, mas que apresenta riscos de complicações por ser ainda imprecisa. Com estes mecanismos de localização, o ganho de qualidade do serviço de saúde é muito grande. E a um baixo custo" , analisa. Ele informou ainda que o pedido de patente já está sendo sistematizado junto à Agência de Inovação Inova Unicamp.

Prêmio internacional
A originalidade e aplicação de pesquisa para resolver um problema médico real rendeu ao estudioso da Unicamp o prêmio internacional em concurso promovido pela empresa Freecale. O anúncio do concurso aconteceu no final de outubro deste ano. A proposta era empregar tecnologia desenvolvida pela fabricante de sensores e microprocessadores.

Com informações da Unicamp
 
Fonte isaude.net

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