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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Dirigente da GSK fala sobre descentralizar a pesquisa e fomentar equipes menores de cientistas

O vice-presidente da área de pesquisa e desenvolvimento do laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK), Moncef Slaoui, esteve no fim de novembro em São Paulo onde se encontrou com dirigentes da FAPESP.
 
“Fiquei muito impressionado em como a Fundação financia a criação de conhecimento e inovação no estado de São Paulo”, disse Slaoui.
 
Cada projeto poderá receber um valor máximo de US$ 200 mil, compartilhados em partes iguais pela Fundação e GSK Brasil. As áreas prioritárias para apoio a pesquisas englobam as desordens de caráter respiratório, metabólico, infeccioso, inflamatório, imunológico, além das chamadas doenças tropicais, negligenciadas e raras.
 
“Tentamos encontrar ótimas pesquisas em qualquer parte do mundo e estabelecer parcerias, não para controlá-las ou ser o dono delas. Valorizamos o fato de essa ciência ser diferente da nossa. Queremos identificar áreas em que os cientistas brasileiros são os melhores e estabelecer mais parcerias”, afirmou Slaoui.
 
Segundo o dirigente da empresa, parcerias como a estabelecida com a FAPESP se encaixam no novo perfil de fazer pesquisa que a GSK formulou em 2006 e passou a adotar a partir de 2008.
 
“As indústrias farmacêuticas cresceram nos anos 1980 e no começo dos 1990 e industrializaram o setor de pesquisa e desenvolvimento. Os cientistas passaram a lidar apenas com aspectos muito pequenos de cada problema. Eles se tornaram ótimos em lidar com esse pequeno pedaço do problema, mas não com a questão por inteiro”, disse.
 
A saída foi promover na GSK uma volta da personalização da pesquisa, segundo Slaoui. Isso levou à criação de equipes menores de pesquisadores, com no mínimo seis ou sete pessoas e no máximo 50 indivíduos, sempre com foco em um problema por inteiro.
 
“Dessa forma, é mais fácil acompanhar o trabalho deles. É como se cada grupo de pesquisa fosse uma pequena start-up. Cada equipe tem um plano de investimento e de metas e é acompanhada por um comitê composto por gente da GSK e de fora da empresa, como professores universitários e dirigentes de outras empresas de biotecnologia. Em função dessas equipes atingirem ou não seus objetivos, decidimos se continuamos investindo no grupo”, disse.
 
Embora sejam empregados do laboratório, os pesquisadores da GSK podem trabalhar até mesmo fora das instalações da indústria farmacêutica. “Ninguém é melhor do que ninguém. Nossos cientistas não têm apenas que ter boas ideias. Eles também precisam descobrir pessoas que as tenham. Nossa meta é que metade das nossas descobertas ocorra dentro da empresa e metade fora”, disse.
 
A estratégia de descentralizar a pesquisa, fomentar equipes menores de cientistas e promover parcerias tem sido bem-sucedida, de acordo com o dirigente.
 
“Em 2006, tínhamos 6 projetos em fase 3 [etapa em que são feitos grandes testes com novas drogas a fim de obter sua eventual aprovação], 16 mil cientistas e gastávamos £ 3.2 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento. Em 2012, temos 19 projetos nesse estágio, apenas 10 mil cientistas e o orçamento do setor é de £ 2.7 bilhões (cerca de R$ 9 bilhões). Ficamos um terço menores, mas três vezes mais produtivos”, disse Slaoui.
 
Fonte SaudeWeb

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