Pessoas que tomam regularmente medicamentos analgésicos, como o ibuprofeno, podem estar sob maior risco de ter câncer de rim, de acordo com uma nova pesquisa.
As descobertas sugerem que quanto mais alguém usa esses medicamentos, chamados anti-inflamatórios não esteróides, ou AINEs, maior o risco de adquirir esse tipo de câncer.
Porém, não se pode provar que o uso de analgésico causa câncer, já que a diferença entre usuários regulares e não usuários no estudo foi pequena. Pesquisadores calcularam que, se há uma relação de causa e efeito, cerca de 10 mil pessoas teriam que tomar os medicamentos regularmente para uma pessoa ter câncer de rim.
Isso não significa que as pessoas que precisam dos medicamentos não devem tomá-los, especialmente por causa de seus potenciais benefícios em relação a outros tipos de câncer.
Os AINEs têm sido associados com uma redução de risco de diversos cânceres, incluindo colorretal, mama e próstata. A implicação mais importante desse estudo é que levanta a possibilidade de que os AINEs podem aumentar o risco de certos tipos de câncer também.
Além disso, as drogas são associadas a um risco aumentado de hemorragia no estômago.
Os pesquisadores levantaram dados de dois estudos com cerca de 125 mil enfermeiros e outros profissionais de saúde, que preencheram pesquisas a cada dois anos, até duas décadas. As pesquisas perguntaram aos participantes com que frequência eles tomavam analgésicos para a artrite e outras doenças, e também rastreou as pessoas que foram diagnosticadas com câncer de rim.
No total, 333 pessoas (cerca de 0,3%) tinham câncer nos rins. Pessoas que relataram tomar Tylenol ou aspirina regularmente (duas ou mais vezes por semana) não tinham mais chances de serem diagnosticadas com câncer de rim do que aqueles que não tomaram analgésicos.
No entanto, os participantes que tomavam os AINEs, incluindo o ibuprofeno (comercializado como Advil) e naproxeno (comercializado como Aleve), foram cerca de 50% mais suscetíveis a serem diagnosticados com o câncer.
O risco foi ainda maior em pessoas que tomaram AINEs regularmente por dez anos ou mais.
Até agora, os pesquisadores não conseguem explicar porque a aspirina não aumenta o risco de câncer no rim, mas outros AINEs sim, sendo que as drogas funcionam de maneira similar.
Ainda não se pode excluir a possibilidade de que outro fator esteja dirigindo a associação. Mas o fato de que os pesquisadores viram a ligação em duas populações diferentes de estudo faz com que eles estejam mais confiantes de que AINEs e câncer de rim estejam realmente relacionados.
Até o momento os resultados não devem conduzir a decisão de alguém sobre se deve ou não tomar analgésicos. Mas se o estudo for confirmado, riscos e benefícios devem ser considerados na hora de decidir quando dar AINE’s, especialmente para um longo período de tempo.
Fonte Reuters
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