Medicamento é alvo de discussões desde 2009
A polêmica da sibutramina está de volta. Utilizada como inibidor de apetite
para combater a obesidade, a droga representa um dos únicos tratamentos
medicamentosos para a doença disponíveis hoje no país e corre o risco de ser
proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deve
apresentar um novo parecer sobre seu uso ainda este mês.
Protagonista de uma ampla discussão, a sibutramina escapou por pouco da
proibição em 2011, mas ganhou uma série de restrições para a sua prescrição. Na
época, a Anvisa sinalizou que tiraria o produto do mercado brasileiro, o que
causou uma forte reação das entidades médicas, que alegaram a sua importância no
tratamento da obesidade. Diante da repercussão e após dois adiamentos, a Anvisa
optou, em novembro daquele ano, por manter a permissão do uso da substância, mas
tirou do mercado as drogas anfetamínicas anfepramona, mazindol e femproporex,
usadas também como inibidores de apetite.
Entre as restrições impostas pela Anvisa, está o perfil dos pacientes que
estão aptos a receber o tratamento: somente pessoas com Índice de Massa Corporal
(IMC) acima de 30 e que não sofram de problemas cardíacos (informações que já
estavam, inclusive, na bula do medicamento). Além disso, os médicos são
obrigados a notificar a agência reguladora sobre casos de pacientes com reações
adversas, como uma forma de monitorar o uso do medicamento. A partir dessas
informações, colhidas e analisadas pela Anvisa ao longo de todo o ano passado, é
que será apresentada a revisão da decisão de manter ou não a substância em uso
no país.
Proibida em toda a Europa e nos Estados Unidos desde 2009, a sibutramina age
no sistema nervoso reduzindo a sensação de fome, o que favorece a perda de peso.
Um estudo chamado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial), concluído
naquele ano, foi o principal motivador da decisão de tirar o medicamento de
circulação nesses países, pois a pesquisa apontou um maior risco de doenças
cardíacas em pacientes tratados com a substância. Entretanto, este estudo foi
realizado somente com pessoas com alto risco ou com doenças cardíacas já
estabelecidas, o que leva muitos médicos a questionarem a dimensão alcançada
pelo seu resultado.
Entre os especialistas, as opiniões são divergentes. O cardiologista e
presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Justo Leivas, alega
que a droga apresenta risco para a população e que deveria ser proibida no
país.
— Esta é uma questão que nos preocupa muito, pois a sibutramina aumenta
consideravelmente os riscos de doenças cardiovasculares. Considero mais prudente
proibir essa substância, pelo menos até termos um estudo mais definitivo.
A endocrinologista do Centro da Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital
São Lucas da PUCRS, Jacqueline Rizzolli, afirma que o medicamento contribui para
o tratamento da obesidade e não apresenta riscos quando o paciente é bem
avaliado.
— A obesidade é uma das doenças que mais crescem no mundo todo, com
resultados extremamente frustrantes ao tratamentos convencionais (mudanças de
estilo de vida, controle alimentar e atividade física), e atualmente dispomos de
pouquíssimo arsenal terapêutico medicamentoso para os ajudar os pacientes
obesos.
Os argumentos para
proibir
Risco para o coração
Um estudo publicado em 2009 chamado SCOUT mostrou que a sibutramina auamenta o risco de doenças cardiovasculares nas pessoas com predisposição
Um estudo publicado em 2009 chamado SCOUT mostrou que a sibutramina auamenta o risco de doenças cardiovasculares nas pessoas com predisposição
O exemplo mundial
A sibutramina já foi proibida na Europa e também em outros países.
A sibutramina já foi proibida na Europa e também em outros países.
A associação de outros medicamentos
A associação da sibutramina a outros medicamentos, muitas vezes resultado da má prescrição médica, eleva consideravelmente os riscos de doenças cardiovasculares
A associação da sibutramina a outros medicamentos, muitas vezes resultado da má prescrição médica, eleva consideravelmente os riscos de doenças cardiovasculares
Os argumentos para manter a liberação
Risco só em alguns
O estudo SCOUT foi realizado apenas com pacientes de risco, para os quais o uso não é indicado. As outras pessoas poderiam usar o remédio sem risco
Risco só em alguns
O estudo SCOUT foi realizado apenas com pacientes de risco, para os quais o uso não é indicado. As outras pessoas poderiam usar o remédio sem risco
Aumento da obesidade
A proibição da sibutramina pode levar a uma elevação do número de obesos, pois sem o medicamento o tratamento da doença é ainda mais difícil. Com o aumento do índice de obesidade, poderia ocorrer um aumento das doenças cardiovasculares
A proibição da sibutramina pode levar a uma elevação do número de obesos, pois sem o medicamento o tratamento da doença é ainda mais difícil. Com o aumento do índice de obesidade, poderia ocorrer um aumento das doenças cardiovasculares
Falta de opções de medicamentos
A subitramina e o orlistat (medicamento que age no intestino reduzindo em até 30% a absorção de gorduras em uma refeição) são os únicos trtamentos para obesidade permitidos no Brasil. Outros medicamentos podem ter algum efeito no controle do peso, mas ainda não são aprovados especificamente para o combate da doença.
A subitramina e o orlistat (medicamento que age no intestino reduzindo em até 30% a absorção de gorduras em uma refeição) são os únicos trtamentos para obesidade permitidos no Brasil. Outros medicamentos podem ter algum efeito no controle do peso, mas ainda não são aprovados especificamente para o combate da doença.
Fonte Zero Hora
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