A pesquisa
feita por médicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) que constatou não
existir relação do carnaval com incidência de infecção por HIV - a festa é
sempre usada pelo Ministério da Saúde nas suas campanhas de combate às doenças
sexualmente transmissíveis - foi comentada hontem (26) pelo diretor adjunto do
Departamento de DST/Aids do ministério, Eduardo Barbosa.
Durante seis anos, os
médicos analisaram a relação entre a demanda e a positividade dos testes
sorológicos anti-HIV feitos no Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote
Viana, que atende Niterói e mais seis municípios da região metropolitana do Rio,
e constataram a inexistência dessa correspondência.
Segundo Barbosa, o ministério sabe que não existe essa relação, pois faz um
acompanhamento nacional dos casos de infecção, e que utiliza a visibilidade do
carnaval, do réveillon e de outras datas para massificar o uso do
preservativo no combate a doenças sexualmente transmissíveis. “A visibilidade
que se tem no carnaval e na festa de virada do ano não significa que nesse
período existam números maiores de infecção. Nós acompanhamos as grades, tanto
de testagem como de número de novos casos, e vemos que ao longo do ano elas são
regulares”, disse à Agência Brasil.
O diretor adjunto do Departamento de DST/Aids considera incorreta a visão de
que as campanhas anti-HIV do Ministério da Saúde se limitem às duas festas. “No
contexto do enfrentamento da epidemia de HIV/Aids, o carnaval e o réveillon são
momentos de se ampliar a estratégias de comunicação em saúde, mas isto ocorre
também em festas como a do peão boiadeiro, no Rock in Rio e em diversos eventos
pelo Brasil afora”, disse Eduardo Barbosa.
Para ele, a pesquisa da UFF é válida, mas reflete a realidade apenas de uma
determinada região do estado do Rio de Janeiro, mesmo que não seja diferente de
outras áreas do país. Mais importante para o departamento, na formulação de suas
estratégias de ação, é a Pesquisa de Comportamentos, Atitudes e Práticas da
População Brasileira (PCAP), feita a cada dois anos pelo ministério, com base em
uma amostragem de cerca de 30 mil pessoas e abrangendo tanto a questão do HIV
como a da hepatite.
“É uma pesquisa também relacionada com questão da sorologia, da testagem, com
o objetivo não só da identificação do número de casos mas também a de atingir as
pessoas que vivem com HIV mas não sabem, porque nunca fizeram o teste .
Estima-se que são cerca de 155 mil pessoas nessa condição no país”,
explicou.
A distribuição maciça de preservativos – cerca de 500 milhões de unidades por
ano – é, segundo Barbosa, uma ação para ampliar todo um leque de informações e
dar visibilidade à campanha permanente desenvolvida pelo ministério, pelos
estados e municípios e por organizações da sociedade civil. “Cada vez mais
procuramos focar nossas ações para populações que se encontram em maior risco de
vulnerabilidade, e outras estratégias de comunicação estão sendo trabalhadas.
Acabamos, por exemplo, de entrar nas redes sociais, como Facebook, Twitter,
Youtube e Instagram”, disse o diretor adjunto do Departamento de DST/Aids.
Fonte Agência Brasil
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