Novartis é acusada de pagar a farmácias para recomendar remédios nos EUA |
O laboratório farmacêutico suíço Novartis foi acusado de ter subornado pelo
menos 20 farmácias nos Estados Unidos para que recomendassem um de seus
medicamentos, o Myfortic, em troca de lucros sobre as vendas.
A Justiça norte-americana anunciou uma investigação sobre o caso na
terça-feira (23).
Segundo a ação apresentada por um promotor, desde 2005 a Novartis paga às
farmácias "para orientar milhares de pacientes que haviam recebido um
transplante" para que preferissem seu produto aos genéricos ou aos de outras
empresas com "subornos por meio de descontos ou promoções".
Como exemplo, uma farmácia de Los Angeles recebeu 5% das vendas anuais do
Myfortic em troca do convencer entre 700 a 1.000 pacientes para que utilizassem
o remédio.
A prática teria "levado a pagamentos de dezenas de milhões de dólares" pelo
Myfortic, segundo a acusação, que saíram dos fundos dos programas de saúde do
governo dirigidos às pessoas mais velhas ou pobres.
"A Novartis rejeita as acusações e utilizará todos os mecanismos disponíveis
em sua defesa", disse um porta-voz da empresa.
Entre os principais produtos da farmacêutica estão o Cataflam, o Diovan, a
Ritalina e o Voltaren, dentre outros.
O grupo suíço já foi processado por fraude contra os serviços de segurança em
saúde nos Estados Unidos.
Em 2010, o laboratório aceitou pagar US$ 422,5 milhões para acabar com um
litígio por acusações de promoção ilegal do Trileptal, um remédio para
tratamento da epilepsia.
Balanço
A Novartis divulgou nesta quarta-feira (24) que seu lucro líquido subiu 6,7%
no primeiro trimestre deste ano, para US$ 2,4 bilhões, na comparação com o mesmo
período do ano passado.
Segundo o relatório da empresa, os lançamentos de novos produtos em mercados
emergentes ajudaram a compensar vendas decrescentes do medicamento para o
coração Diovan, do qual a companhia perdeu a patente nos Estados Unidos em 2012.
A receita líquida somou R$ 14 bilhões, aumento de 2% na comparação anual.
A companhia informou que medicamentos lançados recentemente como Gilenya,
Afinitor, Tasigna, Galvus, Lucentis e Xolair, entre outros, tiveram fortes
aumentos de vendas no período e contribuíram com US$ 4,2 bilhões na receita
--quase um terço do total.
Fonte Folhaonline
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