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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tratamento para náuseas e vômitos na gestação ganha normativa nacional

Casos de náuseas e vômitos na gestação representam aumento
nos custos na saúde pública, prejuízos no mercado de trabalho,
 mas principalmente problemas psicológicos e sociais na gestante
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia indica gengibre e vitamina B6
 
A partir de hoje, todos os ginecologistas e obstetras do país receberão recomendações atualizadas sobre como tratar as náuseas e vômitos de mulheres grávidas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, anualmente, cerca de 3 milhões de brasileiras sofrem com enjoos durante a gestação. A orientação será divulgada pela Febrasgo, por meio de uma normativa baseada em extensa revisão de pesquisas publicadas na literatura médica e opiniões de especialistas que foram resumidas em um algoritmo de ação racional, fundamentado em ações com evidências científicas.

— A grande novidade é que passa a ser possível tratar das náuseas e vômitos aqui no país com um produto que não apresenta efeitos colaterais para a mãe ou para o bebê, o que preocupa principalmente nos três primeiros meses da gestação —  destaca o ginecologista Dr. Corintio Mariani Neto, o autor da normativa, doutor em Tocoginecologia pela Unicamp, diretor técnico do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID).

A normativa para Tratamento de Náuseas e Vômitos na Gestação (NVG) está sendo oficializada em Brasília pelas Comissões Nacionais de Pré-Natal e de Perinatologia da Febrasgo, durante o 46º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal.

Em linhas gerais, após descartadas as causas diversas que não estejam relacionadas à gestação, como distúrbios gastrointestinais, origem visceral, estímulos químicos, entre outros, a recomendação oficial inicial prevê a adoção de orientação dietética com a prescrição de piridoxina (vitamina B6) mais extrato de gengibre, única combinação disponível no Brasil considerada classe A pelo FDA (Food and Drugs Administration, órgão regulador nos Estados Unidos), ou seja, que não apresenta risco algum para a gestante nem para a criança que se desenvolve.

— Estudos demonstram que o gengibre é tão eficaz quanto a piridoxina no combate às NVG. Doses de até 1g diários de gengibre, sem quaisquer resultados negativos para a gravidez, podem ser usadas sem preocupação — afirma o especialista.

O gengibre (por seu componente ativo gingerol) age no sistema nervoso central inibindo os receptores da serotonina, exercendo, ainda, efeitos antieméticos no sistema gastrintestinal. Por sua vez, o fosfato de piridoxal (forma ativa da vitamina B6), além da serotonina, modula a formação e degradação de outros neurotransmissores envolvidos com as NVG, tais como dopamina e noradrenalina.

De acordo com estudos internacionais, casos de náuseas e vômitos na gestação representam, além de um aumento nos custos na saúde pública, prejuízos no mercado de trabalho, mas principalmente problemas psicológicos e sociais na gestante, além de uma diminuição da qualidade de vida e em casos extremos prejuízos para a gestante e seu bebê.

— Um estudo americano mostra que 55% das mulheres grávidas se sentem deprimidas e têm documentado que a sua vida social e familiar é afetada negativamente — comenta Mariani Neto.

Além da orientação para abordagem clínica com essa farmacologia específica classe A, a Febrasgo recomenda, ainda, tratamentos paliativos naturais, como mudança na dieta, exercícios leves e acupuntura. Para tratamento das náuseas, o documento também acrescenta, quando necessário, a ondansetrona como um dos princípios ativos recomendáveis, o que amplia as opções para minimizar o desconforto sofrido pelas gestantes.

— É fundamental e recorrente a preocupação da classe médica quanto ao uso de medicamentos por gestantes. A gestação é um período delicado, que exige máxima atenção e, por isso, a normativa da Febrasgo, com base em estudos científicos sólidos, cumpre um importante papel de orientar e conferir mais segurança aos ginecologistas e obstetras e, sobretudo, às gestantes — destaca o farmacêutico Dante Alário, da Biolab Farmacêutica.

Confira recomendações alimentares para os casos de enjoo na gravidez:
 Beber pequenas quantidades de líquidos, várias vezes ao dia, principalmente água e sucos de frutas.

 Dieta fracionada: ingerir pequenas quantidades de alimentos com mais frequência (a cada 2 ou 3 horas), em vez de grandes refeições.

 Evitar ficar com o estômago vazio, fazendo lanches ligeiros entre as refeições.

 Ao acordar, comer um biscoito seco do tipo água e sal, antes de sair da cama.

 Evitar alimentos gordurosos, condimentados ou picantes.

 Evitar alimentos cujo odor incomode a grávida.

 Aproveitar ao máximo o melhor tempo do dia, ou seja, comer quando se sentir melhor ou sempre que sentir fome. Deitar-se quando estiver enjoada.
 
Fonte Zero Hora

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