Além de mais conveniente e menos dolorosa, a substituição das injeções por uma pomada também deve diminuir os severos efeitos colaterais da medicação atual |
O estudo ainda está restrito a roedores, mas os primeiros testes com humanos
não devem demorar. Nas experiências, o produto teve sucesso contra as lesões
típicas da enfermidade.
"Estamos avançando", afirmo Bartira Rossi , do Instituto de Biofísica Carlos Chagas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), responsável pelo trabalho.
A pesquisadora entusiasmou a plateia do 5º World Leish, o Congresso Mundial
de Leishmaniose, que reuniu em Pernambuco os maiores especialistas da área.
Além de mais conveniente e menos dolorosa, a substituição das injeções por
uma pomada também deve diminuir os severos efeitos colaterais da medicação
atual, que vão desde náuseas e dores até toxicidade hepática.
A pomada usa um remédio que já é usado no tratamento da leishmaniose, o
Glucantime. A Sanofi, farmacêutica que fabrica o medicamento, está patrocinando
o estudo brasileiro e se diz otimista com os resultados.
Em conversa com a imprensa, Robert Sebbag, vice-presidente de Acesso a
Medicamentos da empresa, já fala do projeto como opção de tratamento real no
futuro.
"Mas, é claro, ainda está muito cedo para dizer quando isso vai acontecer",
diz ele.
Anteriormente restrita a zonas rurais, a leishmaniose vem avançando sobre as
áreas urbanas e seus arredores. Ela pode ser causada por várias espécies de
protozoários do gênero Leishmania.
Ele é transmitido ao homem por mosquito flebótomo, mais conhecido como
birigui ou mosquito-palha. Nas áreas urbanas, os cães são as maiores fontes de
infecção.
Ao contrário do Aedes aegypti, que transmite a dengue, "não é fácil localizar
os criadouros dos flebótomos", diz Sinval Pinto Brandão Filho, cientista da
Fiocruz-PE e presidente do congresso.
Há casos da doença em todo o Brasil, mas a maioria está no Norte e Nordeste.
Fonte Folhaonline
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