Quais cuidados jovens e crianças devem tomar ao soltar pipas nas lajes de suas casas? Quais os riscos de subir em árvores, pular em rios e lagos ou em andar de bicicleta? Às vezes simples brincadeiras podem resultar em graves acidentes, como traumatismos cranianos e traumas na coluna vertebral. Essas lesões, de acordo com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), acometem principalmente a faixa etária entre 15 e 24 anos, e na maioria das vezes não são produtos da fatalidade, mas geradas por fatores que podem ser modificados com a prevenção, atenção e alguns cuidados simples.
O neurotrauma é um grave problema de saúde pública no Brasil. Pelo menos dois milhões de pessoas ao ano são atendidas em hospitais por conta de lesões traumáticas. E, ao contrário do que se imagina, não são os acidentes de trânsito que contabilizam o maior número de casos. Na verdade, o que ocupa a maioria das emergências nos hospitais são os acidentes que acontecem no dia a dia. Como os acidentes nas escolas, no trânsito, no trabalho, crianças brincando na rua ou na piscina. Estas sequelas poderiam ser evitadas com o uso de capacete durante o lazer com bicicleta, patins e skate ou com alertas sobre profundidade em locais de lazer aquático.
— Não apenas as mortes devem ser contabilizadas quando se trata de acidentes. Em vários casos, a vítima sofre lesões ou traumas que deixam sequelas graves. No caso do neurotrauma, as mais comuns são epilepsias, alterações motoras (paralisias), alterações cognitivas e de comportamento — afirma o neurocirurgião Paulo Porto de Melo.
Lesões custam mais de nove bilhões de reais por ano ao país
Os traumatismos cranioencefálicos e raquimedulares são os mais caros e sérios de todos os danos físicos que um indivíduo pode sofrer. Particularmente no Brasil, os índices de acidentes com neurotraumatismo alcançam, em determinadas faixas etárias, números até quatro vezes superiores àqueles registrados na maioria dos demais países, constituindo-se em uma endemia causadora do maior índice de morte e incapacidade entre os jovens.
— O trauma neurológico é desalentador e uma verdadeira tragédia para aqueles que o sofrem assim como para aqueles que convivem com as vítimas, pois pouco se pode esperar de recuperação das sequelas de um lesado grave. Não existe uma cura, mas apenas uma recuperação parcial das funções daqueles pacientes que sobrevivem. Socialmente, o trauma diminui drasticamente a expectativa de vida dos jovens — diz o neurocirurgião.
Aproximadamente nove bilhões de reais são destinados anualmente ao atendimento de casos de trauma, o que representa quase um terço de tudo que é investido em saúde pública no país. Cada vítima grave de trauma custa cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos. Os custos incluem cirurgia, unidade de terapia intensiva, reabilitação e prestação de serviços médicos a longo prazo.
Prevenção com cuidados simples
• As pessoas idosas devem usar sapatos baixos e firmes. Também é importante retirar do ambiente dos idosos os tapetes que escorregam.
• Para as mães é importante avisar que não se pode chacoalhar um bebê. Aliás, não se pode sacudir ninguém de nenhuma idade.
• Solte pipas somente em locais abertos, longe dos fios elétricos. Vá para lugares onde você pode correr à vontade, como em algum parque por exemplo. E nunca suba em lajes.
• Verifique sempre a segurança dos galhos antes de subir em árvores e não use sapatos escorregadios.
• Antes de entrar ou pular em rios, piscinas, lagos e mar, sempre verifique a profundidade.
• Use sempre o corrimão para subir escadas.
• Quando andar de carro, use sempre o cinto de segurança. Inclusive no banco de trás. Em um acidente, quem está no banco de trás também corre o risco de se machucar e quebrar o pescoço.
• Use o capacete quando andar de bicicleta, patins, moto ou skate.
O que é o neurotrauma
O neurotrauma é o conjunto de lesões traumáticas que afetam o crânio, o cérebro, a coluna, a medula e os nervos periféricos e é considerado, hoje, uma das principais causas de morte geral no mundo contemporâneo. Além disso, acarreta uma grande demanda de recursos para tratamento e reabilitação de pacientes.
— Estima-se que 15% dos pacientes com trauma na coluna vertebral têm comprometimento neurológico. Muitas pessoas que sofrem o neurotrauma ficam com algum tipo de dependência para desenvolverem suas atividades diárias, por um longo período — diz Melo.
O traumatismo cranioencefálico pode alterar funções importantes como o pensamento, sensações, linguagem ou emoções:
• Pensamento (memória e razão).
• Sensações (tato, paladar e olfato).
• Linguagem (fala, expressão e entendimento).
• Emoções (depressão, ansiedade, mudança na personalidade, agressividade e comportamentos inapropriados).
Essas lesões também podem causar epilepsia e aumentar o risco de doenças como Alzheimer e Parkinson, assim como outras desordens cerebrais podem tornar-se mais prevalentes com a idade. Além disso, repetidos traumas leves ao longo do tempo podem ocasionar um déficit neurológico e cognitivo ao passar dos anos. E quando esses traumas ocorrem num curto espaço de tempo, isto é, horas, dias ou semanas, o resultado pode ser catastrófico ou fatal.
Em números
• No país são registradas 150 mil mortes por ano causadas por acidentes de trânsito, com armas de fogo, de trabalho e domésticos.
• Os acidentes de trânsito ultrapassam 420 mil vítimas anualmente, sendo 45 mil fatais.
• Em cerca de 75% dos desastres fatais nas ruas e estradas existe um motorista alcoolizado.
• Um quinto dos traumas no trabalho também é provocado pelo álcool, incapacitando cerca de 300 mil pessoas temporariamente e 100 mil de forma permanente.
O neurotrauma é um grave problema de saúde pública no Brasil. Pelo menos dois milhões de pessoas ao ano são atendidas em hospitais por conta de lesões traumáticas. E, ao contrário do que se imagina, não são os acidentes de trânsito que contabilizam o maior número de casos. Na verdade, o que ocupa a maioria das emergências nos hospitais são os acidentes que acontecem no dia a dia. Como os acidentes nas escolas, no trânsito, no trabalho, crianças brincando na rua ou na piscina. Estas sequelas poderiam ser evitadas com o uso de capacete durante o lazer com bicicleta, patins e skate ou com alertas sobre profundidade em locais de lazer aquático.
— Não apenas as mortes devem ser contabilizadas quando se trata de acidentes. Em vários casos, a vítima sofre lesões ou traumas que deixam sequelas graves. No caso do neurotrauma, as mais comuns são epilepsias, alterações motoras (paralisias), alterações cognitivas e de comportamento — afirma o neurocirurgião Paulo Porto de Melo.
Lesões custam mais de nove bilhões de reais por ano ao país
Os traumatismos cranioencefálicos e raquimedulares são os mais caros e sérios de todos os danos físicos que um indivíduo pode sofrer. Particularmente no Brasil, os índices de acidentes com neurotraumatismo alcançam, em determinadas faixas etárias, números até quatro vezes superiores àqueles registrados na maioria dos demais países, constituindo-se em uma endemia causadora do maior índice de morte e incapacidade entre os jovens.
— O trauma neurológico é desalentador e uma verdadeira tragédia para aqueles que o sofrem assim como para aqueles que convivem com as vítimas, pois pouco se pode esperar de recuperação das sequelas de um lesado grave. Não existe uma cura, mas apenas uma recuperação parcial das funções daqueles pacientes que sobrevivem. Socialmente, o trauma diminui drasticamente a expectativa de vida dos jovens — diz o neurocirurgião.
Aproximadamente nove bilhões de reais são destinados anualmente ao atendimento de casos de trauma, o que representa quase um terço de tudo que é investido em saúde pública no país. Cada vítima grave de trauma custa cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos. Os custos incluem cirurgia, unidade de terapia intensiva, reabilitação e prestação de serviços médicos a longo prazo.
Prevenção com cuidados simples
• As pessoas idosas devem usar sapatos baixos e firmes. Também é importante retirar do ambiente dos idosos os tapetes que escorregam.
• Para as mães é importante avisar que não se pode chacoalhar um bebê. Aliás, não se pode sacudir ninguém de nenhuma idade.
• Solte pipas somente em locais abertos, longe dos fios elétricos. Vá para lugares onde você pode correr à vontade, como em algum parque por exemplo. E nunca suba em lajes.
• Verifique sempre a segurança dos galhos antes de subir em árvores e não use sapatos escorregadios.
• Antes de entrar ou pular em rios, piscinas, lagos e mar, sempre verifique a profundidade.
• Use sempre o corrimão para subir escadas.
• Quando andar de carro, use sempre o cinto de segurança. Inclusive no banco de trás. Em um acidente, quem está no banco de trás também corre o risco de se machucar e quebrar o pescoço.
• Use o capacete quando andar de bicicleta, patins, moto ou skate.
O que é o neurotrauma
O neurotrauma é o conjunto de lesões traumáticas que afetam o crânio, o cérebro, a coluna, a medula e os nervos periféricos e é considerado, hoje, uma das principais causas de morte geral no mundo contemporâneo. Além disso, acarreta uma grande demanda de recursos para tratamento e reabilitação de pacientes.
— Estima-se que 15% dos pacientes com trauma na coluna vertebral têm comprometimento neurológico. Muitas pessoas que sofrem o neurotrauma ficam com algum tipo de dependência para desenvolverem suas atividades diárias, por um longo período — diz Melo.
O traumatismo cranioencefálico pode alterar funções importantes como o pensamento, sensações, linguagem ou emoções:
• Pensamento (memória e razão).
• Sensações (tato, paladar e olfato).
• Linguagem (fala, expressão e entendimento).
• Emoções (depressão, ansiedade, mudança na personalidade, agressividade e comportamentos inapropriados).
Essas lesões também podem causar epilepsia e aumentar o risco de doenças como Alzheimer e Parkinson, assim como outras desordens cerebrais podem tornar-se mais prevalentes com a idade. Além disso, repetidos traumas leves ao longo do tempo podem ocasionar um déficit neurológico e cognitivo ao passar dos anos. E quando esses traumas ocorrem num curto espaço de tempo, isto é, horas, dias ou semanas, o resultado pode ser catastrófico ou fatal.
Em números
• No país são registradas 150 mil mortes por ano causadas por acidentes de trânsito, com armas de fogo, de trabalho e domésticos.
• Os acidentes de trânsito ultrapassam 420 mil vítimas anualmente, sendo 45 mil fatais.
• Em cerca de 75% dos desastres fatais nas ruas e estradas existe um motorista alcoolizado.
• Um quinto dos traumas no trabalho também é provocado pelo álcool, incapacitando cerca de 300 mil pessoas temporariamente e 100 mil de forma permanente.
Fonte Diário Catarinense
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