Preservar as células-tronco do sangue do cordão umbilical em um banco privado
não é um "seguro de vida" para a criança e não garante o tratamento de doença
que ela possa ter no futuro.
É o que alerta uma cartilha digital que será lançada hoje pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no site www.anvisa.gov.br.
O cordão contém células-tronco que podem ser usadas em transplantes para
pessoas com doenças do sangue, como a leucemia.
Os pais podem optar pela preservação das células nos bancos privados, onde
ficam congeladas para serem usadas só pela própria criança ou, em casos
especiais, seus parentes, ou nos bancos públicos. Nesse caso, não há custo para
a família e o material fica disponível para qualquer doente em busca de um
doador de células-tronco compatível para transplante.
O público-alvo do material da Anvisa são pais que circulam pelos consultórios
obstétricos e se questionam sobre a opção de pagar até R$ 5.000 pela coleta das
células e R$ 1.000 anuais para guardá-las.
Estima-se que cerca de 70 mil unidades estejam guardadas nos bancos de sangue
de cordão privados no país.
Outras 12 mil unidades estão nos bancos públicos da
rede BrasilCord, colhidos em hospitais públicos ou privados na hora do parto.
"Nossa intenção é dizer: não acredite que é seguro de vida. A pessoa precisa
saber pelo que está pagando", diz Daniel Coradi, gerente-geral de sangue,
tecidos, células e órgãos da Anvisa.
De 2003 a 2010, há registro de três casos em que as células de bancos
privados foram usadas pelo dono do cordão no país. Em outros cinco, o material
serviu a parentes.
Fonte Folhaonline
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