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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Pesquisas questionam eficácia do resfriamento após o treino

Desaquecimento: pesquisas recentes mostram que os
benefícios físicos da prática são limitados
Embora forneça poucos benefícios físicos confirmados, o efeito psicológico de “desaquecer” pode ser compensador, dizem especialistas
 
Você frequentemente deixa de relaxar o corpo após a prática de exercícios, mesmo se sentindo culpado? Algumas poucas pesquisas novas e tranquilizadoras sugerem que você não está perdendo muito ao fazer isso.
 
A maioria de nós aprendeu nas aulas de educação física do ensino fundamental que o corpo precisa de um período de relaxamento para resfriar após a prática de exercícios ou após competições.
 
Os professores diziam que caminhar ou diminuir de alguma forma a intensidade dos exercícios e, em seguida, alongar, ou relaxar o corpo de outras maneiras evita dores musculares, melhora a flexibilidade e acelera a recuperação.
           
Se fizéssemos isso, nosso desempenho físico seria melhor no dia seguinte do que se não fizéssemos. As análises científicas, porém, não foram muito favoráveis a essas convicções.
 
Em um estudo representativo, publicado no ano passado no periódico The Journal of Human Kinetics, um grupo de 36 adultos ativos realizou um programa vigoroso de um estágio de agachamento com alteres, exercício que seguramente deixaria pessoas destreinadas bastante doloridas no dia seguinte.
           
Alguns dos voluntários aqueceram-se antes do exercício pedalando a um ritmo bem lento em bicicletas ergométricas durante 20 minutos. Outros participantes não se aqueceram, mas relaxaram o corpo após o exercício realizando os mesmos 20 minutos de pedalada leve. Os outros apenas fizeram o agachamento, não aqueceram nem resfriaram o corpo.
 
No dia seguinte, todos os voluntários fizeram um teste de limiar de dor em que seus músculos foram apalpados até que relatassem estar sentindo desconforto. Os participantes que se aqueceram antes de se exercitar tiveram limiares de dor mais altos, o que significa que eles estavam relativamente sem dor.
 
Por sua vez, os limiares de dor foram bem menores para aqueles que tinham relaxado o corpo; seus músculos estavam doloridos. Os limiares de dor desse grupo foram na realidade iguais aos do grupo de controle. O relaxamento corporal não tinha trazido nenhum benefício em termos de alívio para a dor.
           
Outros dois estudos publicados no ano passado, nos periódicos The Journal of Human Kinetics e The Journal of Strength and Conditioning Research, obtiveram resultados semelhantes com vários testes que avaliaram o desempenho de jogadores de futebol profissionais espanhóis no salto vertical, na velocidade na corrida de curta distância, na agilidade e na flexibilidade dos músculos das pernas.
 
Após fazerem esses testes, eles participaram de um treino normal de futebol. Em seguida, alguns jogadores simplesmente pararam de se exercitar e ficaram em repouso, sentados em um banco durante 20 minutos, enquanto que os outros resfriaram o corpo da maneira habitual, caminhando lentamente durante 12 minutos e alongando por 8 minutos.
 
No dia seguinte, os jogadores repetiram os testes e também comunicaram aos cientistas a intensidade da dor que sentiam. Constatou-se que quase não havia diferenças entre os dois grupos de jogadores.
 
O grupo que realizou os exercícios de resfriamento saltou em média um pouco mais alto no dia seguinte em comparação com o que havia ficado sentado, mas a diferença foi muito pequena. Os resultados dos dois grupos foram iguais em todas as outras avaliações de desempenho, flexibilidade e dor muscular.
 
Benefício limitado
Os dados disponíveis “sugerem consideravelmente que o relaxamento corporal não reduz a sensação de dor após os exercícios”, afirmou Rob Herbert, pesquisador sênior do instituto Neuroscience Research Australia e autor sênior desse que é provavelmente o primeiro estudo sobre resfriamento, realizado em 2007.
 
Nesse experimento, adultos saudáveis caminharam de costas em declive em uma esteira mecânica durante 30 minutos, o que fez com que ganhassem dores musculares e a atenção de seus colegas curiosos da academia. Alguns dos participantes caminharam de frente durante 10 minutos antes do exercício como forma de aquecimento e outros fizeram o mesmo depois de realizar o exercício, como forma de resfriamento. Os outros participantes não aqueceram nem resfriaram o corpo. Dois dias depois, o grupo que tinha resfriado o corpo sentia tanta dor do corpo quanto o grupo de controle.
 
Com todas essas descobertas, existe alguma razão para resfriar o corpo após o exercício físico? Sim, afirmou Andrea Fradkin, professora adjunta de ciência do exercício da Universidade Bloomsburg, na Pensilvânia.
“O resfriamento corporal tem demonstrado prevenir o refluxo venoso após o exercício”, ou o acúmulo de sangue nas veias, afirmou.
 
Durante exercícios vigorosos e prolongados as veias sanguíneas das pernas se expandem, o que significa que mais sangue passa por elas. A parada abrupta faz com que esse sangue se acumule na parte inferior do corpo, o que pode causar vertigens e até desmaios.
 
Essa situação, porém, é fácil de combater. Basta caminhar por alguns minutos ao final da atividade física para manter a circulação do cérebro normal, afirmou Ross Tucker, fisiologista sul-africano e fundador do site The Science of Sport.
 
“E isso não é um resfriamento de fato”, da forma como a maioria de nós o define, afirmou.
           
Mas se o resfriamento normal fornece poucos benefícios físicos confirmados, seu efeito psicológico pode ser compensador.
 
“Se você realizou uma sessão forte de corrida, é bom terminá-la com alguma caminhada”, afirmou Tucker, “apenas para suas pernas terem a sensação de retorno ao normal”.
 
Em outras palavras, o resfriamento corporal traz uma sensação boa. E é importante notar que “nenhuma das pesquisas científicas demonstrou efeitos negativos no resfriamento”, afirmou Fradkin.
 
Assim, o conhecimento científico disponível sugere essencialmente que, seja o que for que você fizer ao final da prática esportiva, provavelmente isso fará bem a sua saúde.
 
Fonte iG

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