O Brasil vai "importar" o conhecimento e a tecnologia de Israel no
atendimento a situações de tragédias e catástrofes para treinar profissionais do
Samu e dos serviços de urgência e emergências das cidades que vão sediar a Copa
de 2014.
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) visitou ontem (2) o Centro de Simulação
de Israel, do Hospital Tel Hashomer, próximo à Tel Aviv, conhecido mundialmente
por treinar profissionais de saúde para situações realísticas de alto risco,
como atentados terroristas e grandes acidentes.
Padilha integra uma comitiva médica convidada pela Câmara Brasil-Israel de
Comércio e Indústria para visitar várias instituições de saúde.
Segundo o ministro, Israel possui um dos serviços públicos mais eficientes do
mundo no atendimento de emergências.
"Fizemos simulações parecidas, com o aparato que já temos, durante o Carnaval
de Recife, Salvador e Rio. Mas temos muito a aprender com o serviço público de
Israel."
Ele afirma que essa parceria vai envolver também os hospitais Albert Einstein
e Sírio-Libanês, que já prestam serviços de capacitação profissional ao
ministério.
Além do treinamento em tragédias, o centro israelense é usado na formação e
treinamento de médicos já formados e de outros profissionais de saúde. Eles são
permanentemente avaliados e, se não passarem nos testes de capacitação, não
podem exercer a profissão.
Ainda não está acertado de que forma será a transferência desse conhecimento
israelense e nem se o Brasil vai comprar modelos (manequins automatizados que
simulam pacientes) usados nas simulações de emergências.
Segundo Padilha, dentro do esquema que está sendo montado para a Copa das
Confederações e a Copa do Mundo haverá pontos de atendimento fora do hospital,
uma espécie de pequenos hospitais de campanha.
No Carnaval de Salvador deste ano, por exemplo, foram feitas pequenas
cirurgias craniofaciais em vítimas de agressões. "Testamos o deslocamento de
otorrinolaringologistas e de cirurgiões de bucomaxilo através de motos."
Ele diz que a previsão é que o atendimento de emergências ocorra mais nas
festas públicas após os jogos do que nos estádios.
Medicamento
Padilha também se reuniu ontem com dirigentes de duas indústrias
farmacêuticas israelenses, a Teva, líder mundial em fabricação de genéricos, e a
Protalix, especializada em biotecnológicos.
Recentemente, a Protalix assinou uma PDP (Parceria de Desenvolvimento
Produtivo) com a Fiocruz para a produção de um medicamento (taliglucerase Alfa)
para pacientes com a doença de Gaucher, que utiliza células de cenoura.
Hoje o Ministério da Saúde investe R$ 7 milhões por ano para atender 43
pacientes. A estimativa de economia, após o início da produção e registro da
droga na Anvisa, é de R$ 64 milhões durante cinco anos.
"Interessa-nos muito ter produtos biológicos de base vegetal porque o custo
chega a ser seis vezes menor do que a de base animal. Também pode oferecer menos
riscos de contaminação de vírus de célula bovina ou suína."
Fonte Folhaonline
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