São Paulo – Para alertar a população masculina sobre os riscos do câncer de
próstata, um grupo do Instituto Lado a Lado fez ontem (2), na Praça da Sé, região
central da capital paulista, uma ação de conscientização, na qual distribuiu
folhetos e combateu o preconceito contra o exame de toque retal. A ação é
continuidade da campanha “Um toque, um drible”, que já é desenvolvida pelo
instituto.
Desta vez, ao conversar com os homens, o grupo tirou fotografias dos
abordados segurando um cartaz onde estava escrito “Seu preconceito não me
representa”. As fotos vão para um mural no site da campanha - www.umtoqueumdrible.com.br -, que traz informações amplas
sobre o câncer de próstata e tudo o que envolve a doença.
De acordo com a supervisora de comunicação do Instituto Lado a Lado, Juliana
Lamota, a campanha quer mostrar que o exame de toque retal não é desconfortável
nem altera a masculinidade, além de ser imprescindível, porque não há um exame
que o substitua.
“Queremos mostrar que o preconceito não vai levar a nada. Se a pessoa for
detectada com câncer em estágio mais avançado tem chance de cura muito inferior
à que teria se fosse diagnosticada no início”.
“O objetivo da ação de hoje é tirarmos as fotos para o mural. As pessoas
podem tirar a própria foto com uma webcam ou, se preferirem, podem
fotografar com o celular usando o [aplicativo] Instagram. Usando a
hashtag seupreconceitonaomerepresenta, a foto já entra automaticamente
no mural”, explicou Juliana.
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de casos da doença ultrapassou 60 mil em 2012. A estimativa é que um em cada seis homens tenha câncer de próstata no futuro. “Por isso é importante a consciência de fazer o exame, não só a partir dos 50 anos. A ideia é que [o homem], desde jovem, já esteja ciente de que vai ter que fazer o exame e que isso não é um martírio, e sim simplesmente um cuidado com a saúde”.
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de casos da doença ultrapassou 60 mil em 2012. A estimativa é que um em cada seis homens tenha câncer de próstata no futuro. “Por isso é importante a consciência de fazer o exame, não só a partir dos 50 anos. A ideia é que [o homem], desde jovem, já esteja ciente de que vai ter que fazer o exame e que isso não é um martírio, e sim simplesmente um cuidado com a saúde”.
A próstata é uma glândula masculina do tamanho de uma castanha e está
localizada na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga. Como os outros
exames não conseguem chegar até a região, com o toque do médico é possível
identificar aumento, anomalia ou endurecimento da região.
Os principais sintomas do câncer de próstata são dificuldade para urinar,
pouca urina, dor ao ejacular, dor nos ossos e sangue na urina ou no sêmen. Como
os sintomas não aparecem em muitos homens, a maioria acredita que não tem nada e
não vai ao médico, o que leva ao diagnóstico tardio, com o tumor em estágio
avançado. O tratamento depende da avaliação da doença, variando de pessoa para
pessoa e podendo chegar até a retirada total da glândula.
O mecânico aposentado Mariano Lacerda tem 64 anos e faz tratamento de um
tumor benigno na próstata há seis anos. Ele descobriu que havia alguma coisa
errada ao perceber que não conseguia mais urinar. Procurou o médico e foi
diagnosticado. A falta de tempo devido à corrida diária e ao trabalho foi o
principal motivo que o impediu de fazer os exames logo que os sintomas
surgiram.
“Eu posso falar para todos deixarem o preconceito de lado e colocarem a saúde
em primeiro lugar. Eu não fiz o exame não por preconceito, mas porque não tinha
tempo nem para respirar. Mas quando descobri o problema, deixei ao comando do
médico”.
O aposentado de 68 anos Sebastião Venturelli contou que faz o exame desde os
40 anos e avaliou esse hábito como muito importante para a preservação e
prolongamento a vida. “Eu nunca tive preconceito e até apoio a ideia de
preservarmos a nossa saúde, porque o índice de câncer de próstata é alarmante no
nosso país justamente por causa do preconceito”.
Venturelli disse que tem muitos amigos que são preconceituosos, e para tentar
mudar a resistência deles faz brincadeiras sobre o exame. “Na brincadeira, eu já
consegui convencer muitos a irem ao médico”.
Fonte Agência Brasil
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