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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Adesivos podem substituir agulhas em vacina do futuro, dizem cientistas

Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology
Nanopatch: novo método abre caminho para vacinas de
uso fácil para doenças como a malária
Novo método, apresentado em conferência sobre inovação, pode ser mantido com pouca refrigeração por até um ano
 
Um adesivo que é colocado na pele para aplicar vacinas de forma barata e eficaz foi apresentado durante a conferência TEDGlobal em Edimburgo, na Escócia.
 
Substituir a agulha por um nano adesivo pode transformar a prevenção de doenças mundo afora, disse o inventor da tecnologia, o pesquisador Mark Kendall, da University of Queensland, em Brisbane, Austrália.
 
Segundo ele, o novo método abre caminho para vacinas de uso fácil para doenças como a malária, por exemplo. Outros especialistas deram boas vindas à novidade, mas disseram que o método pode não ser apropriado para todos os pacientes.
           
A série de conferências TEDGlobal (a sigla inglesa TED quer dizer "Think, Exchange, Debate" ou "Pense, Troque, Debata") é realizada anualmente em diferentes partes do mundo. Ela é financiada pela fundação privada sem fins lucrativos Sapling Foundation, que promove a circulação de grandes ideias pelo mundo.
 
Método Antigo
A palestra de Kendall em Edimburgo teve uma simbologia histórica: há 160 anos, na capital escocesa, Alexander Wood pediu a primeira patente para a agulha e a seringa.
 
"A patente era quase idêntica às agulhas que usamos hoje. É uma tecnologia de 160 anos", disse Kendall.
 
Aliada à água limpa e saneamento, ela cumpriu um papel fundamental no aumento da longevidade em todo o mundo, acrescentou. Mas para Kendall, talvez tenha chegado a hora de atualizarmos essa tecnologia.
 
O nano adesivo é baseado na nanotecnologia – que permite manipular a matéria em escala atômica e molecular, ou seja, em dimensões infinitamente pequenas. Ele supera algumas das desvantagens mais óbvias de vacinas convencionais, como o medo da agulha e a possibilidade de contaminação provocada pelo uso de agulhas sujas.
 
Mas há outras razões pelas quais o método pode ser transformador, disse o professor. Milhares de minúsculas saliências no adesivo perfuram a pele e liberam a vacina, que é aplicada, seca, sobre a pele.
 
"As saliências no adesivo trabalham com o sistema imunológico da pele. Nosso alvo são essas células, situadas a um fio de cabelo de distância da superfície da pele", disse Kendall.
 
"Talvez estejamos errando na mira e deixando de atingir o ponto imunológico exato, que pode estar na pele e não no músculo, que é onde as agulhas tradicionais vão".
 
Em testes feitos no laboratório de Kendall na University of Queensland, o adesivo foi usado para administrar a vacina contra gripe. A equipe australiana disse ter notado que as respostas para vacinas aplicadas por meio do nano adesivo foram completamente diferentes daquelas aplicadas com o uso da seringa tradicional.
 
Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology
Adesivo: milhares de minúsculas saliências no adesivo
 perfuram a pele e liberam a vacina
"Isso significa que nós podemos trazer uma ferramenta completamente diferente para a vacinação", disse o pesquisador. A quantidade de vacina necessária, por exemplo, é muito menor – até um centésimo da dose normal. O preço de "uma vacina que custa US$ 10 pode ser reduzido para US$ 0,10, o que é muito importante no mundo em desenvolvimento", acrescentou.
 
Vacinas Sem Efeito
Outro ponto fraco das vacinas tradicionais é que, por serem líquidas, precisam ser mantidas no refrigerador, desde o laboratório até a clínica onde é feita a vacinação.
 
"Metade das vacinas aplicadas na África não estão funcionando direito por causa de falhas na refrigeração em algum momento".
 
Quando Kendall disse, durante a conferência, que a vacina nano adesiva poderia ser mantida a 23ºC durante um ano, a plateia respondeu com aplausos calorosos. Um representante da Brithish Society for Immunology, a sociedade britânica de imunologia, deu boas vindas à tecnologia, mas fez algumas ressalvas.
 
"Essa abordagem traz esperanças de vacinação fácil e em grande escala, já que ela tem como alvo um tipo de célula imunológica chamada célula Langerhans, que existe em abundância na pele", disse Diane Williamson".
 
"Essas células absorvem avidamente a vacina e são capazes de desencadear a resposta imunológica".
"Porém, um dos problemas em potencial na aplicação (da vacina) sobre a pele é o tempo de aplicação e como garantir a administração da quantidade adequada de vacina".
 
"Além disso, talvez haja problemas de tolerância do adesivo em alguns pacientes. Mas se esses problemas puderem ser superados, o nanoa desivo tem o potencial de substituir a aplicação convencional, baseada em aplicação intramuscular por agulha".
 
O nano adesivo começará a ser testado em breve na Papua Nova Guiné, onde suprimentos de vacina são escassos. Kendall disse que acha difícil imaginar um mundo sem agulhas e seringas tradicionais, mas espera que o novo método possa ser utilizado em grande escala.

Fonte iG

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