A produção será feita pela Fiocruz em parceria com dois laboratórios
internacionais, a NT Pharma, da China, e a United Biotec, dos Estados Unidos.
Até lá, o medicamento será comprado desses mesmos fabricantes.
Em janeiro, reportagem publicada pela Folha mostrou que a produção da marca
de L-asparaginase consumida no Brasil tinha sido descontinuada no exterior.
A empresa brasileira que comercializava o remédio, o laboratório Bagó, avisou
os médicos do problema em dezembro do ano passado.
Como consequência, os estoques no país durariam apenas seis meses. As
soluções possíveis eram a compra do medicamento de outro laboratório estrangeiro
-- sem registro na Anvisa-- ou, então, que a produção passasse a ser nacional,
já que não há mais patente para o produto.
Frente ao problema, o ministério realizou uma compra emergencial do produto,
que destrói uma enzima essencial para a sobrevivência das células cancerosas.
A leucemia linfoide aguda afeta a medula óssea e os glóbulos brancos. No
país, 3.000 pessoas se tratam dessa leucemia por ano. A doença na criança tem
índices de cura que se aproximam de 90%.
Parceria
Os detalhes da produção da L-asparaginase foram anunciados ontem pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), no escopo de um pacote de 27 parcerias entre laboratórios públicos e privados para a produção nacional de 14 medicamentos.
Os detalhes da produção da L-asparaginase foram anunciados ontem pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), no escopo de um pacote de 27 parcerias entre laboratórios públicos e privados para a produção nacional de 14 medicamentos.
Todos eles, voltados a doenças como câncer, artrite reumatoide e diabetes,
serão produzidos no país até 2017.
Com isso, o número de produtos biológicos (fabricados a partir de material
vivo) feitos no país sobe para 25.
"É algo muito importante para a segurança da oferta desses medicamentos.
Poder ofertar esses medicamentos independentemente de qualquer decisão
estratégica de alguma indústria nacional que tinha patente não é pouca coisa",
disse o ministro.
O ministério também anunciou a instalação de uma fábrica com nova tecnologia,
no Ceará, para a produção de um medicamento contra a doença de Gaucher e a
produção da vacina da febre amarela.
A doença de Gaucher é um problema genético raro, que consiste na deficiência
de uma enzima responsável pela digestão das gorduras de células. O problema
causa anemia, hematomas, aumento do fígado e do baço e perda precoce da massa
óssea.
O anúncio foi feito logo antes da reunião entre governo e representantes da
indústria. À imprensa, Padilha, que é cotado como possível candidato ao governo
do Estado de São Paulo, anunciou as parcerias sob o slogan "melhorar sua vida,
nosso compromisso".
Segundo o ministério, as parcerias vão resultar em economia de R$ 225 milhões
a cada ano. E sobe para 90 o número de acordos firmados entre laboratórios
públicos e privados nos últimos meses na área da saúde, envolvendo 77 produtos.
Fonte Folhaonline
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