Foto: Félix Zucco / Agencia RBS Equipe japonesa trouxe a Porto Alegre equipamento que permite cirurgia precisa e minimamente invasiva |
A exemplo da cirurgia realizada por uma equipe japonesa no Estado na semana passada, que possibilitou menos dor e sofrimento no tratamento, o avanço da oncologia oferece procedimentos com menor agressividade e com resultados mais eficazes. A maior limitação, entretanto, é a cobertura de planos de saúde e da rede de assistência pública.
Zero Hora consultou especialistas que comentaram as principais inovações no tratamento de tumores. Veja o que eles apontaram:
1 - Ressurgimento da imunoterapia
Medicamentos que estimulam o sistema imunológico do paciente estão mais eficientes
Medicamentos que estimulam o sistema imunológico do paciente estão mais eficientes
Como funciona: O medicamento estimula rotas que se utilizam do sistema imunológico do próprio paciente para combater células doentes. A imunoterapia tinha sido abandonada por apresentar alta toxidade, mas novos imunoterápicos têm apresentado prognósticos melhores.
Que tipos de câncer envolve: Melanoma, leucemia, rim, intestino, linfoma e mama.
Principais vantagens: Associado a outros medicamentos, aumenta a capacidade de resposta ao tratamento.
Custo: Depende do imunoterápido, pode variar entre R$ 10 mil e R$ 260 mil por mês, sendo o tempo de administração do remédio também variável em cada paciente.
Cobertura: Não é disponibilizado pelo SUS, alguns planos de saúde cobrem.
2 - Medicina personalizada
Torna possível obter informações mais sofisticadas sobre como um tumor age em um paciente em específico.
Torna possível obter informações mais sofisticadas sobre como um tumor age em um paciente em específico.
Como funciona: Por meio de um painel de distribuição dos genes do paciente, é possível identificar o comportamento biológico da doença, bem como mutações que encaminham para um tratamento personalizado.
Que tipos de câncer envolve: Mama, pulmão, intestino, melanoma.
Principais vantagens: Tratamento individualizado. Em vez de se basear apenas na clínica, na patologia ou na biópsia, que, de certa forma, generalizam os casos, é possível analisar as moléculas do tumor e oferecer ao paciente um tratamento menos agressivo e mais inteligente.
Custo: Dependendo do nível de detalhamento, um sequenciamento genético pode custar de R$ 1 mil a R$ 10 mil.
Cobertura: Somente na rede particular. O exame não é oferecido pelo SUS e não tem cobertura de planos de saúde.
3 - Remédios via oral
A quimioterapia, administrada em hospitais com aplicações intravenosas, passa a ser feita por meio de comprimidos.
A quimioterapia, administrada em hospitais com aplicações intravenosas, passa a ser feita por meio de comprimidos.
Como funciona: O paciente toma o medicamento em casa, sob supervisão médica e com cuidados em relação ao armazenamento. A dosagem pode ser única ou cíclica, como normalmente ocorre na quimioterapia intravenosa. O uso de comprimidos não exclui os efeitos colaterais do tratamento.
Que tipos de câncer envolve: Pulmão, rim, fígado, mama, melanoma, leucemia, cerebral, cólon.
Principais vantagens: O paciente faz o tratamento em casa. O deslocamento fragiliza o paciente - as aplicações intravenosas são feitas de três em três dias e muitas vezes o paciente precisa viajar quilômetros até o hospital. Além disso, no ambiente hospitalar, o paciente fica mais exposto a infecções por microorganismos multirresistentes.
Custo: De R$ 4 mil a 20 mil por mês, variando o tempo de tratamento.
Cobertura: Há comprimidos para tratar câncer de mama e de intestino oferecidos pelo SUS. Convênios estão desobrigados a pagar medicamentos orais, mas a Agência Nacional de Saúde Suplementar já anunciou que irá rever essa regra a partir do ano que vem.
4 - Procedimentos menos invasivos
Cirurgias com técnicas de videolaparoscopia e robótica substituem procedimentos abertos.
Cirurgias com técnicas de videolaparoscopia e robótica substituem procedimentos abertos.
Como funciona: Depende do procedimento.
Que tipos de câncer envolve: Intestino, estômago, ovários, útero, próstata.
Principais vantagens: Recuperação mais rápida. Muitas vezes, o paciente volta para casa no mesmo dia. Cortes menores, menos agressão aos tecidos, reduzindo risco de hemorragias e infecções. Também há menor risco de sequelas do processo cirúrgico.
Custo: É muito específico a cada procedimento.
Cobertura: Há procedimentos de videolaparoscopia cobertos pelo SUS e por planos de saúde, mas algumas das mais modernas técnicas ainda não estão contempladas. Uma das alternativas para que alguns pacientes tenham acesso a esses procedimentos é a inclusão em protocolos de pesquisa.
Fontes: Stephen Stefani, oncologista do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus; Gilberto Schwartsmann, chefe de oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Ana Lucia Abujamra, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento Clínico do Instituto do Câncer Infantil do RS.
Congresso na Capital reúne especialistas
Esses e outros avanços no tratamento contra o câncer serão tema do 1º Congresso Multidisciplinar em Oncologia , que ocorre nesta sexta e sábado em Porto Alegre. O encontro, promovido pelo Instituto do Câncer Mãe de Deus, deve reunir diversos especialistas, que repercutirão entre o público as novidades apresentadas na ASCO 2013 - Congresso da American Society of Clinical Oncology, realizado no início deste mês em Chicago (EUA).
Esses e outros avanços no tratamento contra o câncer serão tema do 1º Congresso Multidisciplinar em Oncologia , que ocorre nesta sexta e sábado em Porto Alegre. O encontro, promovido pelo Instituto do Câncer Mãe de Deus, deve reunir diversos especialistas, que repercutirão entre o público as novidades apresentadas na ASCO 2013 - Congresso da American Society of Clinical Oncology, realizado no início deste mês em Chicago (EUA).
Mais informações no site: www.icmd2013.com.br.
Fonte Zero Hora
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