O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata é comemorado oficialmente
no dia 17 de novembro, mas as ações de prevenção se estendem por todo
mês como parte da campanha de conscientização da doença, o Novembro
Azul.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que 60
mil homens serão diagnosticados com este tipo de câncer a cada ano no
Brasil. Parte natural do desenvolvimento do homem, a hiperplasia
prostática benigna (aumento da próstata) pode acometer até 80% dos
homens com 50 anos ou mais, segundo dados da Sociedade Brasileira de
Urologia.
Em alguns casos, esse crescimento é exagerado, e pode causar
complicações durante a micção, uma vez que a próstata aumentada pode
pressionar a uretra, canal responsável por excretar a urina.
Essa
condição benigna pode evoluir para um câncer de próstata
- o segundo câncer mais incidente entre os brasileiros do sexo
masculino. O tratamento padrão para o câncer de próstata é a
prostatectomia radical, que consiste na retirada da próstata e,
consequentemente, do tumor que ali se instala.
Por envolver questões
relacionadas à sexualidade, muitos homens preferem tratar o assunto como
um tabu e não buscam mais informações a respeito da cirurgia ou mesmo
da doença. Se você tem algum fator de risco para o câncer de próstata ou
já sofre com a doença e quer saber mais sobre o procedimento usado para
tratá-lo, tire suas dúvidas:
A prostatectomia é indicada apenas para o câncer de próstata?
Sim, a prostatectomia é, por excelência, a cirurgia para retirada da
próstata. "O procedimento cirúrgico é indicado para pacientes que podem
se beneficiar do tratamento", explica o urologista Alfredo Canalini,
presidente da Sociedade Brasileira de Urologia regional Rio de janeiro. A
cirurgia é realizada nos casos de câncer de próstata pois seu objetivo é
retirar todo o tumor maligno - e essa é a única maneira de obter êxito.
Entretanto, em alguns casos, ela pode ser indicada para a hiperplasia prostática,
doença definida pelo crescimento anormal da próstata. A hiperplasia,
embora possa se transformar em um câncer, é uma condição ainda benigna.
A próstata é sempre retirada completamente?
A próstata é sempre retirada completamente?
Nem sempre. "No tratamento do câncer de próstata, sim, é necessário
retirar todo o órgão para extirpação total da doença, visando cura e
diminuindo a possibilidade de recidiva ou necessidade de tratamento
complementar", afirma o urologista e cirurgião geral Rodrigo Frota,
diretor da Sociedade de Urologia do Rio de Janeiro. Nesse caso a
cirurgia é chamada de prostatectomia radical, e são retiradas a próstata
e as vesículas seminais. "Mas também pode ser feita a prostatectomia
retropúbica, para tratamento da hiperplasia de próstata, onde se retira
parcialmente o órgão."
Voltarei a urinar normalmente?
É muito comum a hiperplasia prostática causar urgência para urinar ou gotejamento de urina, e a expectativa do paciente é que esse problema seja extinguido com a cirurgia. Entretanto, a prostatectomia envolve a retirada de uma parte da musculatura que controla a abertura e o fechamento da uretra - e o resultado disso é a incontinência urinária. "Parte da uretra passa pela próstata, e com a sua retirada, é necessário ligar a bexiga com parte da uretra, o que ocasiona incontinência pós-operatória", afirma o urologista Rodrigo. Essa complicação no geral é transitória, e, de acordo com Alfredo Canalini, o tratamento fisioterápico específico é uma opção para aumentar as chances de recuperação no pós-operatório.
Além disso, a técnica robótica usada hoje em dia para a realização desse tipo de cirurgia possibilita uma maior liberdade de movimentos dos instrumentos e melhor visualização do local. "Dessa forma, evoluímos com uma melhora importante na recuperação da continência urinária, além de garantir que ela permaneça por um tempo mais curto", diz Rodrigo.
A cirurgia pode causar impotência?
Voltarei a urinar normalmente?
É muito comum a hiperplasia prostática causar urgência para urinar ou gotejamento de urina, e a expectativa do paciente é que esse problema seja extinguido com a cirurgia. Entretanto, a prostatectomia envolve a retirada de uma parte da musculatura que controla a abertura e o fechamento da uretra - e o resultado disso é a incontinência urinária. "Parte da uretra passa pela próstata, e com a sua retirada, é necessário ligar a bexiga com parte da uretra, o que ocasiona incontinência pós-operatória", afirma o urologista Rodrigo. Essa complicação no geral é transitória, e, de acordo com Alfredo Canalini, o tratamento fisioterápico específico é uma opção para aumentar as chances de recuperação no pós-operatório.
Além disso, a técnica robótica usada hoje em dia para a realização desse tipo de cirurgia possibilita uma maior liberdade de movimentos dos instrumentos e melhor visualização do local. "Dessa forma, evoluímos com uma melhora importante na recuperação da continência urinária, além de garantir que ela permaneça por um tempo mais curto", diz Rodrigo.
A cirurgia pode causar impotência?
Sim, o problema pode acontecer em menor ou maior grau. Mas atualmente há
mais cuidado e técnicas avançadas para que a cirurgia afete o mínimo
possível a função sexual masculina. "A dificuldade de ereção após esta
cirurgia ocorre porque os nervos que inervam o pênis, comandando a
ereção, passam ao lado da próstata, e por vezes podem ser lesados em
casos que, devido ao tamanho e extensão do câncer, uma dissecção mais
ampla em torno da próstata seja necessária", conta o urologista Alfredo.
Segundo Rodrigo Ueta, a técnica robótica também pode ajudar nesse
sentido, uma vez que proporciona melhor visualização dos nervos,
portanto, menos danos e menor possibilidade de impotência no
pós-operatório. "Nos casos em que a neoplasia permite a preservação dos
feixes nervosos, há possibilidade de manutenção e recuperação precoce da
função erétil", afirma Ravendra Ryan Moniz, coordenador do Departamento
de Urologia do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. Ele afirma
que, atualmente, tanto a disfunção erétil quanto a incontinência
urinária podem ser revertidas com o tempo médio de seis meses a um ano.
Não vou mais ejacular?
Não vou mais ejacular?
A próstata é uma importante glândula, acessória do aparelho reprodutor
masculino. "Com a retirada total da próstata e vesículas seminais não
ocorrerá mais a ejaculação, uma vez que são esses os órgãos responsáveis
pela formação do sêmen", afirma o urologista Rodrigo. Por isso que,
para pacientes que pretendem ter filhos após a cirurgia, é recomendada a
criopreservação do
esperma, que é o congelamento do espermatozoide para ser usado em
futuras técnicas de fertilização. "É importante ressaltar que não há
mais ejaculação, porém, o orgasmo continua normal."
A libido pode ser prejudicada?
A libido pode ser prejudicada?
Não, a cirurgia não é responsável por possíveis alterações na libido. "A
alteração da libido está relacionada com fatores hormonais, que não são
afetados com esta cirurgia", explica o urologista Alfredo. Dessa forma,
a prostatectomia não irá interferir organicamente do desejo sexual do
homem. Entretanto, o homem poderá se sentir psicologicamente afetado
pela cirurgia e, com isso, ter sua libido prejudicada. Caso isso
aconteça, é importante o acompanhamento com um profissional.
A prostatectomia interfere no tamanho do pênis?
A prostatectomia interfere no tamanho do pênis?
De forma alguma. A prostatectomia é a retirada da próstata e glândulas
seminais, não tendo qualquer relação com o pênis. A cirurgia não
interfere no tamanho do pênis ou qualquer outro tipo de deformação, uma
vez que não envolve qualquer procedimento com esse órgão.
Quais sintomas indicam que houve uma complicação importante na cirurgia?
Quais sintomas indicam que houve uma complicação importante na cirurgia?
Segundo o urologista Rodrigo, é importante ficar atento a sintomas como
incontinência urinária (com o uso de mais de três fraldas por dia),
trombose vascular, lesões no intestino e hemorragias. No geral, os
pacientes devem ser acompanhados e qualquer mudança perceptível após a
cirurgia deve ser informada ao médico. "Pacientes mais jovens e que tem
por hábito, já no pré-operatório, a prática de atividade física e mantém
o peso ideal costumam ter uma recuperação mais breve", afirma o
urologista Ravendra.
Minha Vida
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