Pacientes que tem artrite reumatoide – mal que atinge cerca de 1% da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde – sabem que convivem com uma doença incurável, inflamatória e crônica que atinge as articulações do corpo e provoca dores insuportáveis, afetando a qualidade de vida dos que sofrem com ela.
O tratamento da artrite reumatoide é um processo difícil, exige muito do paciente e do reumatologista que acompanha e orienta este paciente. “E como ainda não vislumbramos a possibilidade de cura, defendemos que a qualidade de vida deve ser preservada, em qualquer linha de tratamento adotada. Pois é no dia a dia que o paciente vai sentir mais ou menos dor…”, defende o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.
E para diminuir este “sofrimento diário”, as opções terapêuticas se aprimoraram, nos últimos anos. Principalmente, com a chegada dos medicamentos biológicos ao mercado. “Medicamento biológicos ‘atacam células específicas’, como as de um tumor, por exemplo. Feitos a partir de substâncias vivas, os remédios biológicos são considerados a principal inovação em medicamentos dos últimos anos. Essa tecnologia já está sendo aplicada para tratar certos tipos de tumor e doenças autoimunes, como a artrite”, explica o reumatologista.
No caso da artrite reumatoide, essas drogas são recomendadas para os pacientes que não respondem aos medicamentos convencionais — cerca de 30% do total — e podem minimizar a dor e retardar a evolução da doença de maneira efetiva. “Quando bem indicados, os medicamentos biológicos proporcionam aos pacientes uma grande melhora na qualidade de vida. Com a dor sob controle, ele pode seguir as demais instruções de tratamento, como, por exemplo, exercitar-se diariamente”, observa o diretor do Iredo.
Acesso é um problema…
Para muitos pacientes que sofrem com artrite reumática, mesmo com a indicação precisa de um reumatologista, o acesso ao medicamento biológico ainda é um problema. “Desde o começo do ano, os planos de saúde são obrigados a oferecer cobertura para os medicamentos biológicos infusionais de maneira gratuita. Estão cobertos o tratamento da artrite reumatoide, da artrite psoriásica, da Doença de Crhon e da espondilite anquilosante. Essa obrigatoriedade é fruto da revisão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de cobertura obrigatória promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por meio da Resolução Normativa N° 262/2011. Com o relatório médico e a prescrição em mãos, o paciente deve procurar seu plano de saúde e solicitar o tratamento ”, explica Sergio Lanzotti.
Caso o paciente encontre dificuldades na autorização do tratamento, deverá apresentar reclamação à ANS. Recebida a reclamação, a ANS notificará a operadora de plano de saúde para resolver o problema do paciente no prazo de 5 dias, sob pena de sanções administrativas.
A rede pública, porém, permanece com a lista de medicamentos desatualizada. Os pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) têm acesso apenas à primeira geração das drogas biológicas, os chamados anti-TNFs. O SUS deixa de fora os últimos medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): rituximabe, abatacepte e tocilizumabe. “Como consequência, o Judiciário se torna a única porta de acesso ao tratamento mais moderno para quem depende da rede pública”, observa o reumatologista.
Fonte Corposaun
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