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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Epidemia de HIV pode ter gerado novo tipo de bactéria do gênero Salmonella

Estudo feito na África sugere que vírus permite evolução de novos patógenos que usam saúde frágil das pessoas imunodeprimidas
 
Pesquisadores do Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, descobriram que a epidemia de HIV pode ter gerado um novo tipo de bactéria do gênero Salmonella.
 
A descoberta sugere que o HIV pode estar permitindo a evolução rápida de novos patógenos humanos usando o estado de saúde mais frágil das pessoas imunodeprimidas.
 
A maioria das pessoas já teve infecções por salmonelas, geralmente comendo carne contaminada com as bactérias. Os efeitos, contudo, não passam de um desarranjo intestinal passageiro.
 
Na África, no entanto, a bactéria parece estar passando para o sangue das pessoas com o sistema imunológico deprimido pela má nutrição, sobretudo crianças, pela AIDS ou pela malária.
 
"A susceptibilidade do sistema imunológico causada pelo HIV, malária e desnutrição em uma idade jovem, pode criar uma população na África sub-saariana que é grande o suficiente para este patógeno prejudicial entrar, se adaptar e prosperar. Nós usamos o sequenciamento do genoma para definir uma nova linhagem de Salmonella Typhimurium que está causando uma epidemia não reconhecida anteriormente em toda a região", afirma o líder da pesquisa Chinyere Okoro.
 
A contaminação causa uma febre que os médicos estão chamando de iNTS (invasive non-typhoidal salmonella), salmonela não-tifoide invasiva.
 
O grande problema é que o efeito da infecção é muito grave e pode matar os pacientes em até 45% dos casos. Okoro e sua equipe conseguiram sequenciar o DNA de várias amostras de iNTS coletadas na África.
 
Isto tornou possível mapear a origem genética dessas bactérias, determinando sua "árvore genealógica" conforme elas se espalhavam pelo continente.
 
A primeira cepa foi documentada no Malawi, no sudeste da África, nos anos 1960, e levou cerca de 10 anos para se espalhar pela África Central.
 
Contudo, a partir dos anos 1980, essa linhagem parece ter sido substituída por uma segunda cepa resistente ao cloranfenicol, antibiótico usado para tratar as infecções da primeira bactéria.
 
Segundo os pesquisadores, tanto a época quanto a localização dos surtos iniciais de iNTS coincidem com a epidemia de HIV no continente.
 
Eles acreditam que a epidemia não adquiriu proporções ainda mais graves porque a iNTS afeta sobretudo crianças, que praticamente não viajam. Já o HIV, espalhou-se acompanhando o movimento de adultos em viagem.
 
De acordo com os autores, este é mais um caso de bactérias que tiram vantagem adaptando-se ao ser humano, como já ocorrera com outra Salmonella, a que causa a febre tifoide.
 
No caso da febre tifoide, a adaptação foi tão grande que agora a doença já pode ser transmitida entre pessoas, em vez de depender de uma contaminação no ambiente.
 
Se a suspeita dos cientistas estiver correta, a iNTS brevemente poderá ser transmitida de pessoa para pessoa, gerando um problema de saúde ainda mais grave.

 
Fonte isaude.net

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