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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Nanotecnologia e falhas em diagnósticos trazem novos desafios à dermatologia

Crescimento dos estudos e da manipulação dos nanomateriais pedem mais pesquisas que analisem impactos dessas tecnologias
 
As aplicações da nanotecnologia e as falhas nos diagnósticos de doenças provenientes dessas tecnologias representam os novos desafios da dermatologia. A constatação é de um estudo realizado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com pesquisadores envolvidos na pesquisa, o crescimento e o investimento dos estudos e da manipulação dos nanomateriais, além da abrangência do seu uso exigem, cada vez mais, o desenvolvimento de pesquisas que analisem seus impactos.
 
" Nas próximas décadas, teremos uma verdadeira revolução com a nanotecnologia. Para isso, além das discussões sobre a inovação tecnológica e os benefícios trazidos, precisamos analisar os riscos à saúde do trabalhador causados pela inalação dessas partículas, pois podem facilmente penetrar no sistema respiratório e na pele, em função do seu tamanho, que é a bilionésima parte do metro" , afirma a pesquisadora da Fiocruz, Ana Luiza Castro Fernandes.
 
Segundo ela, " outras preocupações são os equipamentos de proteção coletiva e individual adequados. A penetração de alguns nanomateriais na pele, especialmente nanotubos de carbono, um dos mais utilizados na indústria hoje, pode potencialmente desencadear dermatites de contato em virtude da sua ação irritativa na pele. Nos últimos anos, tivemos um aumento de mais de 300% dos bens de consumo com algum tipo de nanotecnologia. Abordar esse risco em relação aos trabalhadores é importante" , disse.
 
Dermatose ocupacional
Segundo a coordenadora do Serviço de Dermatologia da Fiocruz, Maria das Graças Mota Melo, o serviço recebe trabalhadores encaminhados pela rede do Sistema Único de Saúde, sindicatos ou INSS, e inicia o processo de investigação, na maior parte das vezes, por meio do teste de contato, que detecta a causa da alergia. " O produto emitido pelo serviço é um laudo técnico que informa se o trabalhador possui dermatose ocupacional, se tem condições de continuar no trabalho, quais as medidas de proteção e prevenção que devem ser adotadas, ou até mesmo a sugestão de mudança de atividade" , explicou.
 
Para Maria das Graças, há um subdiagnóstico dos casos pela falta de informação dos profissionais de saúde da rede pública e privada. " Há um déficit na própria formação dos médicos, com falta de informação na graduação e especialização sobre as dermatoses relacionadas ao trabalho. Além disso, há um desconhecimento das legislações sobre essas dermatoses, falta integração dos diferentes níveis de assistência. Quem sofre é o trabalhador, por não ter seus direitos trabalhistas reconhecidos" , conclui.

Com informações da Fiocruz
 
Fonte isaude.net

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