'Amiguinhos da Vida', de Maurício de Sousa, busca educar e reduzir preconceito sobre doença
O cartunista Maurício de Sousa lançou recentemente seu primeiro gibi com
personagens portadores do vírus HIV, Amiguinhos da Vida. A ideia é atingir o
público infantil e os pais, para tentar reduzir o preconceito com os
doentes.
A edição especial, que tem por objetivo estimular a socialização entre
crianças soropositivas e saudáveis, usa os personagens Igor e Vitória para
tratar de temas como as formas de contágio da doença, a importância do convívio
e da aceitação social das crianças portadoras e os cuidados especiais que devem
ser tomados com elas.
"A criança geralmente não tem preconceito. Ela aprende no dia a dia com os
adultos. É uma campanha de vacinação. Você vacina a criança contra o
preconceito", afirmou Sousa.
Na história, Igor e Vitória têm uma vida normal, são crianças ativas e
praticam esportes. O contato entre a "turminha" e os recém-chegados acontece na
escola e as informações sobre a doença são fornecidas na aula, pela professora.
Ela explica para os alunos que não há riscos de saúde na convivência com as
crianças com o HIV, mas diz que, em caso de acidentes e machucados, os alunos
devem chamar um adulto, já que os cuidados são diferentes.
A ideia para o projeto veio do presidente da ONG Amigos da Vida, Christiano
Ramos, que desde 2000 atua na disseminação de informações de prevenção da aids,
no combate à doença e na promoção dos direitos humanos dos portadores.
"Procurei o Maurício porque sabia que ele trataria o tema de maneira
acessível. Ele abordou um tema muito pesado de uma forma leve, de fácil
assimilação para as crianças", elogia Ramos.
Distribuição gratuita
A primeira tiragem do gibi foi de 30
mil exemplares, entregues gratuitamente em hospitais, consultórios médicos,
entidades e escolas. Para o começo de 2013 estão previstos mais 2 milhões de
exemplares, que serão distribuídos em várias capitais, como Rio, São Paulo,
Curitiba, Salvador e Recife.
A publicação está sendo traduzida para o inglês e será levada a outros
países.
Segundo Maurício de Sousa, as novas personagens podem vir a fazer parte da
revistas de linha, mas sem citar constantemente o fato de elas serem
soropositivas. Já apareceram na obra do cartunista as personagens Humberto, que
não fala, Dorinha, que é deficiente visual, Luca, cadeirante, Tati, que possui
síndrome de Down, e André, que é autista.
Fonte Estadão
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