Márcio Atalla, preparador físico do Ronaldo “Fenômeno”, dá dicas de como as empresas devem estimular hábitos saudáveis nos colaboradores. “Convênios com academias e ginástica laboral não adiantam”
Levantar e sentar para trocar o canal da televisão, abaixar e subir a manivela do vidro do carro, caminhar mais, muito mais, sem a facilidade da comunicação entre as pessoas permitida pelo celular e internet. Inúmeras atividades eram corriqueiras há 30, 40 anos, e foram substituídas pelos artifícios da tecnologia, que reduziu drasticamente o esforço físico para realizá-las.
A industrialização, inclusive do setor alimentício, também transformou o hábito alimentar das pessoas ao inserir enlatados, comidas pré-prontas e o conceito de fast food. Tais exemplos caracterizam o desenvolvimento do mercado econômico brasileiro, acompanhado pela gradual mudança de estilo de vida da população; estilo esse diretamente proporcional ao advento do sedentarismo – característica comum a aproximadamente 70% dos brasileiros, segundo o preparador físico Márcio Atalla – e ao aumento dos índices de obesidade, que acomete 15% da população.
O cenário não é completamente negativo, tendo em vista o avanço da medicina preventiva, que contribuiu para aumentar a longevidade humana que, hoje, gira em torno dos 73 anos no Brasil. “Quem escolher não fazer atividade física regularmente, vai ter menos autonomia nos últimos anos de vida”, diz Atalla durante evento “Repensando a Saúde”, da Amil, realizado na última terça-feira (03).
Atalla, que recentemente ganhou notoriedade por acompanhar o ex-craque Ronaldo “Fenômeno” em sua meta para resgatar a boa forma, enfatiza que o ser humano, em geral, se movimenta apenas por necessidade. Dessa forma, são evidentes os desafios que as empresas enfrentam a fim de estimular a qualidade de vida de seus funcionários em um ambiente cada vez mais prático e tecnológico.
“Não adianta fazer convênio com academia ou montar grupos de corrida, a adesão é muito baixa”, afirma entregando o dado de que apenas 2,8% da população brasileira frequenta academias.
Implementar um programa integrado é a dica do preparador físico para o departamento de Recursos Humanos das empresas. Para isso, é preciso estudar o perfil dos funcionários em relação aos hábitos alimentares, calcular a média de índice corpórea da instituição, entre outros.
Attala não é a favor de cancelar o convênio com a academia ou a ginástica laboral, mas, principalmente, aliar tais iniciativas com o estímulo de movimentos não programados como, por exemplo, manter o bebedouro longe de onde ficam os funcionários trabalhando. O profissional conta que instituiu o dia “Sem Elevador” em uma das empresas que deu consultoria.
Atalla faz um alerta: “Magreza não é sinônimo de saúde. É preferível uma gordinha ativa a uma magrinha sedentária”.
Comer bem e praticar exercícios traçam o caminho para o equilíbrio, inclusive segundo as regras da boa saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS).
01. Comer entre 20 a 40 gramas de fibras por dia (frutas, legumes, grãos integrais, etc). Menos de 8% dos brasileiros comem a quantidade ideal.
02. Manter corpo hidratado, ou seja, beber bastante água
03. Reduzir alimentos gordurosos (fritura, carne vermelha, etc). Estima-se que o brasileiro come 80% a mais do que deveria
04. Reduzir sal (72% a mais é ingerido pelo brasileiro) e açúcar (60% a mais)
Dentre as quatro orientações, Atalla acrescentaria 10 mil passos diariamente, o equivalente a uma caminhada de 7 km, e a mensagem de que saúde é “bem estar físico, mental e social”.
Fonte SaudeWeb
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