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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Reconstrução mamária imediata com músculo das costas é segura, diz pesquisa

Procedimento não traz complicações pós-cirúrgicas e promove benefícios à qualidade de vida das mulheres
 
Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp demonstrou que a reconstrução mamária imediata (ela também pode ser feita meses depois) com músculo grande dorsal (retirado da região das costas e que atua no braço) é segura do ponto de vista de sua movimentação, não traz complicações pós-cirúrgicas e promove benefícios à qualidade de vida das mulheres.
 
Essas conclusões foram possíveis graças a uma avaliação de 104 mulheres mastectomizadas, das quais 47 se submeteram à reconstrução imediata com músculo grande dorsal associado à prótese de silicone no Hospital da Mulher " Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti" Caism, enquanto outras 57 passaram unicamente por mastectomia.
 
A pesquisa apontou que não houve perda funcional do braço e que o procedimento pode ser uma boa opção de reconstrução. Segundo o oncologista Luis Otávio Zanatta Sarian, orientador da tese, hoje há três tipos mais usuais de reconstrução: a TRAM, que utiliza músculo da barriga; a Grande Dorsal, que emprega músculo das costas, e o expansor ou prótese.
 
Mesmo não havendo diferença estatisticamente na recuperação do movimento entre os grupos, as mulheres reconstruídas tiveram uma recuperação um pouco melhor e menos complicações pós-operatórias do tipo deiscência cicatricial (quando a cicatriz abre) e aderência tecidual do que as só mastectomizadas.
 
A qualidade de vida delas foi avaliada a partir do questionário WHO-QOL 100 (World Health Organization - Quality of Life), contendo 100 questões, divididas em domínios ou áreas: domínio psicológico, físico e do nível de dependência, entre outros. Por meio dele, notou-se que mulheres reconstruídas tiveram melhor pontuação nos aspectos psicológicos e apresentaram nível de independência equivalente ao das outras mulheres (todas foram capazes de fazer as mesmas atividades nos dois grupos).

Realidade
De acordo com Luis Otávio, a reconstrução mamária no Brasil deve se tornar uma obrigatoriedade nos serviços de referência no tratamento desse câncer. " Os impactos benéficos, já testados, contribuíram muito para a qualidade de vida das pacientes" , diz.
 
Por outro lado, aspectos técnicos da mobilidade da mulher e de sua capacidade de realizar funções do dia a dia não tinham sido avaliados da maneira metodologicamente correta. Havia apenas estudos indicando complicações sobre a biópsia de linfonodos-sentinelas (o primeiro gânglio linfático a drenar o sítio do tumor), mas nenhuma abordando a reconstrução mamária.
Esse estudo foi inédito e avaliou ao longo do tempo a recuperação do movimento das mulheres submetidas à reconstrução imediata, uma das fases mais delicadas na decisão da paciente, por mexer com grande parte da musculatura que exerce influência sobre o braço e os ombros.

Contraindicações
Mas, a despeito dos benefícios que o procedimento promove, há contraindicações à reconstrução imediata em estágios muito avançados da doença. Outro percalço é a rejeição decorrente de complicações, apesar de mínima (que depende do tipo de reconstrução). A própria prótese de silicone pode ser um empecilho.
 
Quando é efetuado um retalho, em que se tira a pele e o músculo de uma região para recolocar em outra, essa transferência pode levar à necrose e a infecções. Conforme o Food and Drugs Administration (FDA), o índice de infecção em implantes de silicone é de 1% a 2%, em um intervalo pós-operatório de um ano.
 
Neste momento, estão saindo novas normatizações no Brasil preconizando que os tratamentos de câncer de mama pelo SUS vão ter obrigatoriedade de oferecer as reconstruções mamárias. Hoje, alguns serviços, como o Caism, já financiam as próteses.

Evolução
Segundo tipo mais comum, após o câncer de pele, o câncer de mama entre as mulheres responde por 22% dos casos novos a cada ano [a estimativa do Instituto Nacional do Câncer é de 52.680 casos novos no país neste ano e a sobrevida média após cinco anos é de 61%]. A sua incidência está aumentando e isso atribui-se às mulheres que estão tendo menos filhos, mais tardiamente e vivendo mais.
" As taxas de mortalidade continuam elevadas porque a doença é diagnosticada em estádios mais avançados" , lamenta o oncologista. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce rapidamente. As mulheres que têm filhos depois disso têm um risco em torno de 50%, todavia não significa que desenvolverão a doença.

Com informações da Unicamp
 
Fonte isaude.net

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