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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Como atrair o profissional médico?

Por Genésio Korbes
 
Não há novidade em afirmar que o médico é um dos personagens principais do setor de saúde, desempenhando papel vital para o êxito de toda a cadeia produtiva. Também é lugar comum repetir que compete ao médico internar o paciente, solicitar exames, fazer o diagnóstico, definir o procedimento, determinar a prescrição e lançar mão de toda a estrutura técnica e assistencial do hospital com vistas à melhora da saúde ou cura do paciente.
 
Porém, para alguns players do setor ainda causa estranheza ouvir ou ler que o médico é essencial na gestão por resultados, que a integração do corpo clínico na gestão do serviço de saúde é um fator crítico de sucesso. A mim, parece muito natural – relendo artigos de minha autoria datados de dois ou três anos atrás, deparei-me com a afirmação que “a tendência é que o médico assuma não só os cargos de direção do hospital, como também a condução de unidades de negócio como Pronto-Socorro, Centro Cirúrgico, UTI, entre outras, além de ser o responsável pelo gerenciamento de risco e pela qualificação da assistência”.
 
Por continuar acreditando nisso e por pensar que é atribuição dos dirigentes e sócios dos hospitais e serviços de saúde tornar suas organizações atraentes para os melhores médicos, tentarei mais uma vez, ao longo deste artigo, reafirmar que o sucesso das instituições é diretamente proporcional à integração do Corpo Clínico na gestão dos seus serviços. Farei isso explorando os quatro seguintes pilares: a definição do negócio do hospital; trazer o médico para a gestão; a estratégia de investir no melhor médico; e garantir uma participação pecuniária através dos resultados.
 
Comecemos pela definição do negócio ou core business, que deverá ser desdobrado no Plano Diretor de Medicina e apoiado pelo desenvolvimento da estrutura organizacional, a profissionalização dos gestores e a implementação de ferramentas de gestão, mais precisamente no desdobramento das estratégias, a partir do plano estratégico e outros instrumentos gerenciais. O êxito só será obtido com foco no resultado e gestão do corpo clínico em sintonia fina com o core business propriamente dito. À direção cabe alinhar o corpo clínico à estratégia da instituição, ao mesmo tempo em que os médicos devem assumir compromissos na busca pelos resultados desejados. Só então será possível firmar em bases sólidas o segundo pilar – trazer o médico para a gestão.
 
Quanto à estratégia de investir no melhor médico, é preciso que o hospital se diferencie em alguns serviços ou especialidades, destacando-se no mercado, além de investir em vantagens para o profissional de saúde, tais como: o médico participando do planejamento estratégico; remuneração aos coordenadores e chefes de equipe, mesmo que simbólica; inclusão das especialidades do core business na gestão, com participação ativa de seus coordenadores, promovendo reuniões periódicas com as equipes; estabelecimento de metas e avaliações, com bônus e programas de benefícios; incentivo a gestão do conhecimento através de cursos, seminários, treinamentos e pós-doutorado; suspensão de cobrança de taxas; descontos para o médico e seus familiares no uso do hospital; e relacionamento diferenciado. Com este “pacote de benefícios”, o quarto pilar, a garantia de participação pecuniária através dos resultados, seria a cereja do bolo!
 
Gostaria de finalizar ressaltando um aspecto cada vez mais valorizado pelos médicos e que pode levá-los a investirem na parceria com determinada instituição de saúde em detrimento de outra: a segurança da e na instituição. Temas como erro médico, integração das equipes assistenciais e do time multiprofissional, atuação do médico hospitalista, diagnóstico de qualidade e certificações internacionais passaram, nos últimos anos, a integrar o check-list dos serviços de saúde “top of mind” para os melhores profissionais médicos.
 
Nesse sentido, são reponsabilidades do hospital:
 
- oferecer uma equipe assistencial e operacional treinada e capacitada;
 
- tecnologia eficiente para o diagnóstico;
 
- ferramentas adequadas: instrumental cirúrgico,
 
- equipamentos de diagnóstico e serviços de apoio;
 
- infra estrutura hoteleira,
 
- nutrição e fisioterapia;
 
- pacientes do pronto-socorro encaminhados às equipes do Plano Diretor de Medicina;
 
- plano de gerenciamento de riscos;
 
- política da qualidade consolidada.
 
Isto posto, volto a afirmar: o médico-gestor, cada vez mais, será um ator-chave no desenvolvimento dos negócios do hospital.
 
Fonte SaudeWeb

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