Uma planta encontrada no nordeste brasileiro e na África pode ser usada como
nova estratégia no tratamento de cânceres. Isso porque sua atividade tóxica
celular é capaz de interferir na síntese de proteínas e levar as células à
apoptose, um processo que programa a morte celular.
Essas características fazem da Abrus pulchellus uma
possível matéria prima para a fabricação de medicamentos dirigidos ao tratamento
de tumores, especialmente os superficiais, como o câncer de pele.
Da Abrus pulchellus é extraída a pulchellina,
uma molécula que apresenta duas partes: uma responsável pelas atividades de
toxidade e outra pelo mecanismo que permite sua entrada nas células.
Os pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da
Universidade de São Paulo (USP) explicam que o estudo está sendo realizado tanto
com a proteína nativa (extraída e purificada diretamente da planta) quanto com
as duas partes isoladas, obtidas através da engenharia genética.
Os estudos estão sendo realizados in vitro e em
animais com o objetivo de desenvolver uma formulação que permita da entrada da
cadeia tóxica da pulchellina dentro das células dos tumores sem afetar
as células saudáveis.
Segundo os pesquisadores, uma vez desenvolvida a nanoestrutura
e a formulação, a toxina poderá ser utilizada sobre os tumores superficiais,
como os de pele.
Fonte: Agência USP, 30 de outubro de 2012
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