Tratamento com progesterona, hormônio natural, é relatado em livro sobre
medicina fetal que aborda anencefalia
Uma técnica simples pode ajudar a reduzir em 42% os casos mais graves de
prematuridade, quando o bebê nasce antes da 34.ª semana de gestação.
O tratamento com progesterona, um hormônio natural, é indicado para as
mulheres que têm histórico de parto prematuro ou colo uterino curto - um dos
principais fatores de risco para o nascimento antes do tempo.
O estudo, apresentado em 2011 pelo chefe da Perinatologia do NIH (agência
norte-americana de saúde), Roberto Romero, e repetido em outras pesquisas
publicadas neste ano, ganha agora um capítulo no livro Medicina Fetal, da
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
"É o primeiro livro nacional a trazer as ideias dos maiores autores
internacionais em medicina fetal, como Roberto Romero e o professor inglês
Kypros Nicolaides. Reunimos os principais ensinamentos de diferentes escolas
médicas, de forma didática e organizada. Não é uma colcha de retalhos", ressalta
o médico Eduardo Fonseca, um dos editores do livro e presidente da comissão de
Perinatologia da Febrasgo.
No Brasil, 290 mil crianças nasceram prematuras em 2010, aponta o relatório
Born too Soon, da Organização Mundial de Saúde - o que põe o País na décima
colocação em números de bebês prematuros. Uma das principais causas é o colo
uterino curto, que tem a função de se fechar, durante a gravidez, para manter o
feto na barriga da mãe.
A média de comprimento do colo é de 36mm, mas cerca de 5% das brasileiras
apresentam apenas 20mm, explica Fonseca. O tratamento consiste na aplicação de
pequena cápsula do hormônio na vagina à noite, entre a 16.ª e a 34.ª semana de
gestação, se a mulher já teve parto prematuro anterior; ou entre a 22.ª e 36.ª
semana, caso o diagnóstico de colo uterino curto tenha sido feito na
ultrassonografia morfológica.
O tratamento completo custa em torno de R$ 100. O medicamento não é oferecido
pelo Sistema Único de Saúde.
Em outro capítulo, os especialistas debatem a anencefalia. "O uso do ácido
fólico para prevenir a anencefalia ou a espinha bífida deve começar 30 dias
antes da gestação e se manter pelos três primeiros meses", diz Fonseca. No
Brasil, apenas 13,8% das mulheres receberam ácido fólico antes da gravidez. Na
rede SUS, esse índice cai para 3,8%.
Fonte Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário