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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Técnica evita ocorrência de parto prematuro

Tratamento com progesterona, hormônio natural, é relatado em livro sobre medicina fetal que aborda anencefalia
 
Uma técnica simples pode ajudar a reduzir em 42% os casos mais graves de prematuridade, quando o bebê nasce antes da 34.ª semana de gestação.

O tratamento com progesterona, um hormônio natural, é indicado para as mulheres que têm histórico de parto prematuro ou colo uterino curto - um dos principais fatores de risco para o nascimento antes do tempo.
 
O estudo, apresentado em 2011 pelo chefe da Perinatologia do NIH (agência norte-americana de saúde), Roberto Romero, e repetido em outras pesquisas publicadas neste ano, ganha agora um capítulo no livro Medicina Fetal, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
 
"É o primeiro livro nacional a trazer as ideias dos maiores autores internacionais em medicina fetal, como Roberto Romero e o professor inglês Kypros Nicolaides. Reunimos os principais ensinamentos de diferentes escolas médicas, de forma didática e organizada. Não é uma colcha de retalhos", ressalta o médico Eduardo Fonseca, um dos editores do livro e presidente da comissão de Perinatologia da Febrasgo.
 
No Brasil, 290 mil crianças nasceram prematuras em 2010, aponta o relatório Born too Soon, da Organização Mundial de Saúde - o que põe o País na décima colocação em números de bebês prematuros. Uma das principais causas é o colo uterino curto, que tem a função de se fechar, durante a gravidez, para manter o feto na barriga da mãe.
 
A média de comprimento do colo é de 36mm, mas cerca de 5% das brasileiras apresentam apenas 20mm, explica Fonseca. O tratamento consiste na aplicação de pequena cápsula do hormônio na vagina à noite, entre a 16.ª e a 34.ª semana de gestação, se a mulher já teve parto prematuro anterior; ou entre a 22.ª e 36.ª semana, caso o diagnóstico de colo uterino curto tenha sido feito na ultrassonografia morfológica.
 
O tratamento completo custa em torno de R$ 100. O medicamento não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde.
 
Em outro capítulo, os especialistas debatem a anencefalia. "O uso do ácido fólico para prevenir a anencefalia ou a espinha bífida deve começar 30 dias antes da gestação e se manter pelos três primeiros meses", diz Fonseca. No Brasil, apenas 13,8% das mulheres receberam ácido fólico antes da gravidez. Na rede SUS, esse índice cai para 3,8%.
 
Fonte Estadão

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