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segunda-feira, 11 de março de 2013

A Enfermagem sabe medir os resultados de sua assistência?

Por Heleno Costa Júnior
 
Uma das questões que temos identificado de forma frequente nas avaliações que o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), representante exclusivo da Joint Commission International (JCI) no Brasil, realiza nas instituições de saúde é a inexistência ou insuficiência de dados para avaliar a eficácia da assistência prestada pela enfermagem.
 
Não vamos nesta oportunidade tratar também de outros conceitos que são inter-relacionados. O estudioso Avedis Donabedian (1990) foi um precursor na aplicação destes conceitos aos processos de saúde, quando também desenvolveu a teoria da chamada tríade dos sistemas, que abrange as estruturas, os processos e os resultados. A eficácia está incluída no que Donabedian chamou de sete pilares da qualidade, tendo como os outros seis elementos a eficiência, a efetividade, a otimização, a aceitabilidade, a legitimidade e a equidade.
 
O manual de padrões internacionais utilizado pelo CBA e JCI no Brasil trata desta necessidade de monitoramento dos processos assistenciais em diferentes capítulos e padrões. No capítulo referente ao Cuidado ao Paciente, um dos padrões trata das metas definidas para o plano de cuidado ao paciente, abordando: “Os processos de cuidado ao paciente são cuidadosamente planejados para atingir resultados ótimos. No processo de planejamento, os dados da avaliação inicial, bem como das reavaliações periódicas são utilizados para identificar e estabelecer prioridades de tratamentos, procedimentos, cuidados de enfermagem e outros cuidados, com a finalidade de atender às necessidades dos pacientes. O paciente e seus familiares são envolvidos no processo de planejamento.
 
O plano é anotado no prontuário do paciente. O plano de cuidado é desenvolvido no prazo de 24 horas a partir da internação do paciente. Com base nos dados resultantes da reavaliação do paciente, realizada pelos prestadores de cuidados, o plano é atualizado conforme apropriado, para refletir a evolução das condições do paciente. À medida que as necessidades mudam, o plano de cuidado do paciente também é modificado. As alterações são escritas no prontuário na forma de notas adicionadas ao plano inicial, como metas novas ou revisadas, ou pode ser necessário elaborar um novo plano.”
 
Fica, portanto, claro que a enfermagem tem um papel de destaque neste processo de planejamento do cuidado, devendo para isso, também estabelecer reavaliações sistemáticas para garantir o melhor resultado possível.
 
No capítulo intitulado Melhoria da Qualidade e Segurança, os padrões tratam da necessidade de se estabelecer medidas específicas para monitorar, de forma contínua, a assistência prestada aos pacientes. Os padrões destacam: “Os líderes institucionais definem medidas chave para cada estrutura, processo e resultado clínico da instituição.
 
A melhoria de qualidade e a segurança do paciente são orientadas por dados. O uso efetivo dos dados é melhor quando alcançado no contexto da prática clínica baseada em evidências. Assim, cada instituição deve escolher os processos clínicos e administrativos e os resultados mais importantes a serem medidos com base em sua missão, nas necessidades dos pacientes e nos tipos de serviços que oferece. A medição focaliza, em geral, os processos que apresentam alto risco para os pacientes, os que são prestados em grande volume ou aqueles que têm propensão a causar problemas. Os líderes da instituição são responsáveis por fazer a seleção final das medidas-chave a serem incluídas nas atividades institucionais relacionadas à qualidade.”
 
Podemos considerar com estes aspectos destacados nos padrões do manual internacional CBA-JCI que a medição da eficácia do processo assistencial deve ser uma ação estabelecida pelas lideranças de enfermagem, assim como de outras profissões. A medida da eficácia possibilita a análise sistemática e a intervenção estruturada, visando a melhoria contínua da qualidade e segurança no cuidado planejado ou prestado para cada paciente.
 
Portanto, cada líder e profissional de enfermagem deve se perguntar diariamente: como anda a eficácia de minha assistência?
 
Fonte Saudeweb

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