O Inca pretende se empenhar para que a proibição do fumo se estenda também a outras competições esportivas, como os Jogos Olímpicos, que serão realizados no Rio em 2016 |
A instituição já havia feito essa solicitação à Fifa em nome da Comissão
Nacional para Implementação da Convenção-Quadro (Conicq), que é o acordo para o
controle do tabaco e a proteção das pessoas dos efeitos nocivos do tabagismo
passivo. “Felizmente, a Fifa adotou essa posição, que é muito importante”, disse
Santini à Agência Brasil.
Ele considera a medida essencial para proteger as pessoas que comparecerão
aos jogos do incômodo da fumaça do cigarro e também do risco de doenças como o
câncer e as cardiovasculares. “E, em segundo lugar, por divulgar a importante
recomendação, no caso do Brasil, da legislação que proíbe o fumo em ambientes
fechados, estendendo a medida para ambientes semiabertos nos estádios mas que,
de qualquer maneira, são altamente próximos às pessoas que estarão sujeitas à
inalação involuntária da fumaça”.
Santini lamentou o crescimento de novos casos de câncer de pulmão no Brasil,
principalmente entre as mulheres, bem como o aumento da mortalidade pela doença
no sexo feminino, ao contrário do que vem ocorrendo entre os homens. “A
mortalidade já começa a diminuir entre os homens e a incidência também. Mas nas
mulheres ainda está aumentando, porque elas começaram a fumar mais tarde, a
partir basicamente dos anos 1940 e 1950, e os resultados começam a aparecer
agora com as doenças crônicas cardiovasculares, o enfisema pulmonar e o
câncer”.
O Inca pretende se empenhar para que a proibição do fumo se estenda também a
outras competições esportivas, como os Jogos Olímpicos, que serão realizados no
Rio em 2016. “Eu acho que essa iniciativa da Fifa abre caminho para uma série de
outras que devem e podem ser feitas, e certamente serão”, disse Santini.
Ele assegurou que hoje já existe uma consciência mundial a respeito dos
malefícios do fumo. A própria Organização Mundial da Saúde chama a atenção para
isso. O Ministério da Saúde, por intermédio do Inca, faz esse alerta de forma
permanente, lembrou o diretor. As políticas públicas de controle do tabagismo
já mostram resultados positivos. “A prevalência de fumantes na população
brasileira já caiu de 47% para 17%”.
Apesar disso, Santini observou que 17% da população correspondem a 25 milhões
de brasileiros fumantes. “Isso corresponde a mais que a população de vários
países. Então, o desafio ainda é muito grande”.
O cigarro é um dos piores vícios existentes e um dos mais difíceis de serem
abandonados, disse o diretor. Ele lembrou, entretanto, que o programa do
Ministério da Saúde para fumantes é desenvolvido em postos de saúde de todo o
país, com medicamento e terapia comportamental, “fazendo não só a prevenção ao
fumo, como o tratamento do fumante”.
Fonte Agência Brasil
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