Rio de Janeiro – O Brasil vai ganhar até 2014 mais cinco bancos de sangue de
cordão umbilical e placentário para integrar a rede brasileira, Brasilcord,
criada em 2004, que conta atualmente com 12 bancos públicos desse tipo de
sangue. O coordenador da BrasilCord, Luiz Fernando Bouzas, informou que uma
unidade será inaugurada em Minas Gerais, em meados deste ano.
“Ainda faltam cidades importantes devido a características genéticas para
serem cobertas. E os próximos bancos serão construídos nos próximos dois anos
nos estados do Amazonas, Maranhão, da Bahia, de Mato Grosso do Sul. Com esses 17
bancos, esperamos ter a cobertura de todo o território nacional, com uma
amostragem da população brasileira armazenada”, disse Bouzas.
O investimento médio em cada banco da expansão da rede foi R$ 3,5 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já existem quatro bancos em São Paulo, devido à densidade populacional, um no Rio, um no Paraná, em Curitiba, no Rio Grande do Sul, Ceará, Pará e em Pernambuco.
Outro benefício dos bancos, segundo Bouzas, é levar desenvolvimento
tecnológico, servindo de base para novos centros realizarem transplantes. Os
bancos públicos hoje conservam cerca de 17 mil bolsas desse tipo de sangue para
atender gratuitamente pacientes à espera de transplante de medula óssea, para
quem não tem um doador compatível na família. Cerca de 170 unidades já foram
usadas em transplantes, desde 2004. Bouzas disse que a meta do Brasil é chegar
ao armazenamento de 75 mil bolsas para garantir uma amostragem genética
satisfatória da população, mas que o número atual, somado às doações
voluntárias, já garante uma quantidade razoável de transplantes de medula.
“As doações ocorrem de forma organizada, dentro de maternidades conveniadas,
onde as pessoas estão treinadas para coletar o melhor material possível”,
informou o coordenador da Brasilcord. “O nosso aproveitamento do que é coletado
nas maternidades no Brasil fica entre 60% e 70%”.
Atualmente, entre 800 e mil pessoas no Brasil buscam doadores compatíveis
para transplante de medula óssea todos os anos. A coleta e o armazenamento de
cada unidade custam em torno de R$ 3 mil para o Sistema Único de Saúde (SUS). A
importação de unidades de sangue de cordão umbilical, vindas de registros
internacionais, fica em torno de R$ 50 mil.
De acordo com Bouzas, que também é diretor do Centro de Transplante de Medula
Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca), atualmente há doadores para cerca
de 70% dos pacientes, 50% no Brasil e mais 20% no exterior, por meio de
convênios com redes internacionais de bancos de sangue de cordão. Ele explicou
que entre 10% e 20% das pessoas que precisam de transplante de medula óssea não
têm doador compatível devido às suas características genéticas muito
selecionadas. "Nesses casos, deve-se buscar doadores os mais compatíveis
possíveis".
O transplante de medula óssea é indicado para pacientes com leucemia,
linfoma, anemia grave, anemia congênita, hemoglobinopatia, imunodeficiência
congênita, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e
imune.
Fonte Agência Brasil
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