Usuários da chamada medicina 2.0 cuidam da saúde com um toque na tela do celular. Aplicativos já ajudam a monitorar vários órgãos de nosso corpo apenas com a ponta dos dedos e têm a aprovação de médicos.
Médico intensivista, cardiologista e especialista em terapia nutricional, Flavio Alvim criou a InfoSalutis, que cria programas disponíveis para empresas privadas e usuários de planos de saúde.
"Antigamente, o médico era o detentor das informações. O médico hoje é o detentor do conhecimento. As informações estão disponíveis e provavelmente o paciente vai chegar ao consultório com elas. E a gente vai ter que orientar os pacientes", explica o médico.
O empresário Francisco Lacerda revela que encontrou na tecnologia uma forma de cuidar da saúde, principalmente por não ter tempo e a disciplina necessária. Uma pulseira de borracha o ajudou a mudar de hábitos. Ela alimenta o celular do usuário com informações de seu dia a dia, como o quanto está se movimentando e os picos de atividades. "Eu tenho que manter bons hábitos, tomar bastante água, me alimentar a cada três horas, dormir o suficiente ao longo da semana", conta Francisco.
A Alice ficou diabética aos 5 anos. Durante um ano, usou o tratamento tradicional da doença, com medição de glicemia, cálculo manual e seis aplicações diárias de insulina com injeções. Há quatro anos, passou a usar um aparelho que funciona como um microcomputador que não só calcula automaticamente a quantidade de insulina, como também elimina as injeções diárias. Todas as informações são arquivadas no aparelho e depois repassadas para um arquivo que a cada quatro dias Alice e sua mãe levam para a médica endocrinologista Walkyria Volpinio. É a tecnologia e medicina andando juntas.
"Tem uma parte do tratamento de diabetes que fica muito na mão da gente. E há variações. A gente teme esse jogo o tempo todo, porque a gente não consegue ter uma glicemia linear, estabilizada.
Sabendo a quantidade de carboidratos que ela consumiu, a Alice mesma insere na bomba sozinha. Então a gente não precisa ter alguém que fique supervisionando na escola", explica a mãe da menina, Ana beatriz Ninardi, professora universitária.
Leandro Sanchez é sócio da EY, empresa que auxilia na implantação de tecnologia em laboratórios e hospitais. Com uma equipe formada por engenheiros, técnicos da informação, médicos e farmacêuticos, ele consegue oferecer as melhores soluções para seus clientes. "Essa utilização, mesmo incipiente, pode ajudar em tratamentos de doenças crônicas, onde o paciente pode fornecer informações para o médico sem estar no hospital, através de um celular, de um tablet. E com isso você tem uma agilidade no processo no acompanhamento do tratamento do paciente", descreve Leandro.
O médico Flávio Alvim destaca que nenhuma tecnologia hoje afastou as pessoas. Pelo contrário: aproximaram. "Eu acho que com o médico e o paciente não vai ser diferente", declara Flávio.
G1
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