Definição
A gravidez ectópica é uma gravidez anormal que ocorre fora do útero. O bebê (feto) não consegue sobreviver e geralmente nem se desenvolve nesse tipo de gravidez.
Nomes alternativos
Gravidez tubária; Gravidez cervical; Gravidez abdominal
Causas, incidência e fatores de risco
A gravidez ectópica ocorre quando a gestação começa fora do útero. O local mais comum de ocorrer uma gravidez ectópica é dentro de um dos tubos (trompas de Falópio) através dos quais os óvulos passam do ovário para o útero. Entretanto, em casos raros, a gravidez ectópica pode ocorrer no ovário, na região do estômago ou no colo do útero.
Essa gestação é geralmente causada por fatores que impedem ou retardam o movimento do óvulo fertilizado da trompa de Falópio para o útero. Isso pode ser em razão de um bloqueio físico (cicatriz) na trompa decorrente de fatores hormonais ou outros, como fumar.
A maioria dos casos de bloqueio é causada por:
- Gravidez ectópica anterior
- Infecção anterior nas trompas de Falópio
- Cirurgia nas trompas de Falópio
Até 50% das mulheres que tiveram uma gravidez ectópica tiveram inchaço (inflamação) nas trompas de Falópio (salpingite) ou doença inflamatória pélvica (DIP).
Alguns casos de gravidez ectópica podem ser causados por:
- Defeitos de nascença nas trompas de Falópio
- Complicações de um apêndice rompido
- Endometriose
- Cicatriz causada por uma cirurgia pélvica anterior
Fatores que também podem aumentar o risco de gravidez ectópica:
- Idade superior a 35 anos
- Ter muitos parceiros sexuais
- Fertilização in vitro
Algumas vezes, a causa é desconhecida.
Outras vezes, a mulher engravida depois de fazer uma ligadura de trompas (esterilização tubária). A gravidez ectópica acontece com mais frequência em dois anos ou mais após o procedimento e não logo após a ligadura. No primeiro ano após a esterilização, somente cerca de 6% dos casos de gravidez são ectópicos, mas a maioria das gestações que ocorre entre dois e três anos após a esterilização tubária será de gravidez ectópica.
A gravidez ectópica também ocorre com mais frequência em mulheres que:
- Fizeram cirurgia de reversão da esterilização tubária para poder engravidar
- Usavam um dispositivo intrauterino (DIU) e ficaram grávidas (muito improvável de acontecer quando o DIU está no lugar correto)
A gravidez ectópica ocorre 1 vez entre 40 a 100 gestações.
Sintomas
- Sangramento vaginal anormal
- Amenorreia
- Sensibilidade nos seios
- Dor lombar
- Cólica leve em um dos lados da pélvis
- Náusea
- Dor no baixo abdome ou região pélvica
Se a região da gravidez anormal se romper e apresentar hemorragia, os sintomas podem piorar.
Eles podem incluir:
- Sensação de desmaio ou desmaio real
- Pressão intensa no reto
- Dor na região dos ombros
- Dor forte, aguda e repentina no baixo abdome
Uma hemorragia interna causada por ruptura pode provocar pressão arterial baixa e desmaio em cerca de uma em cada 10 mulheres.
Exames e testes
O médico realizará um exame pélvico, que pode indicar sensibilidade na região pélvica.
Possíveis testes incluem:
- Culdocentese
- Hematócrito
- Teste de gravidez
- Teste de sangue de HCG quantitativo
- Nível sérico de progesterona
- Ultrassom transvaginal ou para detecção de gravidez
- Contagem de leucócitos
Um aumento nos níveis de HCG quantitativo pode ajudar a diferenciar uma gravidez normal (intrauterina) de uma gravidez ectópica. As mulheres com níveis altos devem realizar um ultrassom vaginal para identificar se a gravidez é normal.
Laparoscopia |
Outros exames podem ser feitos para confirmar o diagnóstico:
- D e C
- Laparoscopia
- Laparotomia
A laparoscopia é realizada quando uma cirurgia menos invasiva é desejada. Também é chamada de cirurgia do "band-aid".
Isso porque apenas pequenas incisões precisam ser feitas para acomodar os instrumentos cirúrgicos usados para visualizar o conteúdo abdominal e realizar a cirurgia.
Tratamento
A gravidez ectópica não pode ser mantida até o parto. As células em desenvolvimento devem ser removidas para salvar a vida da mãe.
Se a região da gravidez ectópica se romper, será necessário procurar ajuda médica imediatamente. A ruptura pode causar choque, caracterizando uma situação de emergência.
Possíveis tratamentos para o caso de choque:
- Transfusão de sangue
- Líquidos administrados por via intravenosa
- Manter a paciente aquecida
- Oxigênio
- Manter as pernas elevadas
Se ocorrer ruptura, uma cirurgia (laparotomia) será realizada para interromper a perda de sangue.
Essa cirurgia também é feita para:
- Confirmar uma gravidez ectópica
- Remover a gravidez anormal
- Corrigir danos ao tecido
Em alguns casos, talvez seja necessário retirar a trompa de Falópio.
Os tratamentos cirúrgicos mais comuns no caso de uma gravidez ectópica em que não ocorreu ruptura são a minilaparotomia e a laparoscopia. Se o médico entender que não vai ocorrer ruptura, ele pode receitar um medicamento chamado metotrexato e monitorar a paciente. É possível que sejam realizados exames de sangue e testes da função hepática.
Evolução (prognóstico)
Um terço das mulheres que teve uma gravidez ectópica é capaz de engravidar posteriormente. Uma nova gravidez ectópica pode ocorrer em um terço das mulheres. Algumas mulheres não engravidam novamente.
A probabilidade de uma gravidez bem-sucedida depende de alguns fatores:
- A idade da mulher
- Se ela já teve filhos
- O motivo da primeira gravidez ectópica
A taxa de mortalidade por gravidez ectópica nos Estados Unidos diminuiu nos últimos 30 anos para menos de 0,1%.
Complicações
A complicação mais comum é a ruptura com hemorragia interna, que causa choque. A morte por causa da ruptura é rara.
Ligando para o médico
Ligue para o seu médico se você apresentar sintomas de gravidez ectópica (principalmente dor no baixo abdome ou sangramento vaginal anormal). É possível desenvolver uma gravidez ectópica se você for capaz de engravidar (fértil) e sexualmente ativa, mesmo se usar algum método contraceptivo.
Prevenção
A maioria das formas de gravidez ectópica que ocorre fora das trompas de Falópio é provavelmente inevitável. Entretanto, é possível evitar uma gravidez tubária (o tipo mais comum de gravidez ectópica) em alguns casos evitando condições que possam deixar cicatrizes nas trompas.
Medidas que podem reduzir riscos:
- Evitar fatores de risco para a doença inflamatória pélvica (DIP), como ter muitos parceiros sexuais, praticar sexo sem camisinha e contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST)
- Diagnóstico e tratamento precoces de DST
- Diagnóstico e tratamento precoces de salpingite e DIP
- Parar de fumar
Fonte iG
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