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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Técnica ajuda a detectar predisposição para tumor de base de língua

Tumor tem alta incidência e mortalidade no mundo, incluindo no Brasil; 65% dos casos são diagnosticados em estágio avançado

Pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) conseguiram revelar a predisposição para o tumor de base de língua - região que fica na parte inferior da língua, próximo à orofaringe - que tem alta incidência e mortalidade em várias regiões do mundo, incluindo no Brasil. Dos cerca de 650 mil novos casos identificados anualmente em todo o mundo, aproximadamente 65% deles são diagnosticados em estágios avançados.

Para o levantamento, o autor do estudo, o biólogo Gustavo Jacob Lourenço, utilizou uma técnica recente denominada genotipagem em larga escala, que permite determinar, em uma lâmina, na qual estão dispostas amostras de DNA, formas de 500 mil polimorfismos - presença de diferentes genótipos para uma determinada característica - de um indivíduo em uma única reação.

O trabalho envolveu a análise de 49 amostras de sangue de pacientes com carcinoma de base de língua e outra parte do grupo de controle constituído por indivíduos saudáveis, o que permitiu verificar se existem diferenças nas frequências de formas de cada um dos 500 mil polimorfismos gênicos e, assim, identificar aqueles responsáveis pelo aumento de risco no desenvolvimento dos tumores.

O CEC da faringe, como é conhecido este tipo de tumor, constitui de 15% a 25% desses tumores e inclui os tumores de nasofaringe, orofaringe e hipofaringe. Os de orofaringe têm comportamento agressivo e, entre eles, os de base de língua são importantes, face à incidência, morbidade e mortalidade.

Apresentam maior probabilidade de desenvolver os tumores de base de língua indivíduos com mais de 50 anos, do sexo masculino, que cultivaram por longos anos os hábitos de fumar e ingerir bebidas alcoólicas, e possivelmente os que adotam dieta alimentar pobre em verduras e frutas e com excesso de alimentos gordurosos. O pesquisador concentrou-se no estudo desses tumores levado por seu índice de incidência, por apresentarem causas principais bem caracterizadas, por serem pouco estudados e porque eram desconhecidas anormalidades genéticas recorrentes nos portadores dos tumores.

Herança genética
O objetivo final é o de tentar identificar os indivíduos de maior risco herdado para os tumores e que possam ser submetidos a orientações adequadas para evitar o seu desenvolvimento e a exames periódicos para a sua detecção precoce. " Esse é a nossa meta depois de identificar, comprovar e validar esses resultados na população brasileira. Os indivíduos do grupo de risco devem ser encaminhados aos serviços de oncologia com o intuito de receber recomendações sobre a necessidade de não se esporem a fatores de risco, como o tabaco e o álcool. Eles devem ainda ser avaliados periodicamente através de exames específicos como a nasofibrolaringoscopia para visualização da cavidade oral, nasofaringe e orofaringe, de forma a identificar tumores precocemente, quando a probabilidade de cura é muito maior, pois normalmente esses pacientes chegam com o tumor em uma fase avançada e muito frequentemente em uma forma incurável. É bom lembrar que nós estamos avaliando uma característica herdada e não mutações que se desenvolvem ao longo da vida" , enfatiza a professora Carmen Silvia, orientadora da pesquisa.

Próximo passo da pesquisa
Segundo Carmem, o próximo passo é o de validar esses resultados com grupos maiores de indivíduos em diversas regiões do país. Para tanto, já foram estabelecidos contatos com outros centros de oncologia localizados no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Goiás, Brasília, Amazonas, Roraima. Ela considera essa amplitude regional importante em um país como o Brasil, de população etnicamente muito variável, o que permitirá chegar a resultados que se apliquem a toda a população.

Lourenço explica que esses centros teriam que coletar amostras de DNA (sangue) de pacientes e de um grupo de controle e mandá-las para o Laboratório de Genética do Câncer. Pesquisadores das respectivas regiões podem também vir ao laboratório para aprender a técnica. Ele entende ainda que a ampliação de amostras, oriundas de outras regiões, permitirá validar os resultados obtidos até o momento e dará origem à publicação adicional.

No pós-doutorado, Lourenço pretende identificar eventuais diferenças nas proteínas codificadas por formas distintas de cada polimorfismo gênico de interesse e verificar suas exatas funções no metabolismo celular. As formas diversas de cada polimorfismo podem aumentar ou diminuir a quantidade de proteína produzida ou alterar sua estrutura, modificando sua função, como a capacidade de se ligar a certos receptores. A descrição desses polimorfismos que dão origem a proteínas diversas é nova, além do que os papeis delas no desenvolvimento dos tumores estudados ainda não são conhecidos.

Com informações da Unicamp

Fonte isaude.net

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