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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Você sabe a diferença entre fome e vontade de comer?

Fome é um mecanismo fisiológico. Seu corpo precisa de energia para funcionar e, de tempos em tempos, ele literalmente pede que você o nutra com alimentos que darão energia para suas atividades no dia a dia.

Uma dieta balanceada já é o suficiente para que esse sistema complexo que é seu corpo funcione perfeitamente. Então porque temos vontade de comer determinados alimentos que sabemos que vai nos fazer sair da linha?

“O desejo subjetivo, inconsciente e impulsivo de comer determinados alimentos que poderiam passar longe da nossa dieta ideal tem pouco ou nada a ver com a fome – o mecanismo fisiológico – e mais a ver com nossas emoções e hábitos culturais”, diz Sandra Aurea Hamzeh, psicóloga especializada na avaliação e acompanhamento de pacientes obesos que se submeteram ou estão pensando em fazer tratamentos cirúrgicos para a obesidade, como a introdução do balão intragástrico.

Uma dieta adequada, diz Sandra, deveria ser o suficiente para suprimir a fome fisiológica, mas as motivações para aquele docinho ou sobremesa depois do almoço passam por diversos outras questões.

Não mascare os problemas
“A primeira coisa que pacientes com sobrepeso ou obesidade precisam ficar atentos é para o fato de não mascararem seus desejos. É preciso deixar claro – para eles mesmos – que determinados desejos não tem nada a ver com o que o corpo deles precisa. Essa conscientização é importantíssimo para que um procedimento cirúrgico tenha sucesso no longo prazo. Exemplos de pessoas que introduziram o balão intragástrico ou fizeram cirurgias mais invasivas, como o bypass no estômago, e continuaram com dificuldades para manter o peso não são incomuns”, aponta a especialista. “O problema então não é só físico, mas envolve questões psicológicas”, completa.

Não ache, entretanto, que esses problemas indicados por Sandra se resumem ao senso comum de achar que as pessoas com dificuldades para emagrecer têm somente algun transtorno ligado à autoestima.

“Esse é um lugar comum. Pessoas obesas se olham no espelho e, como não se sentem confortáveis com o próprio corpo, passam a comer para compensar (ou se recompensar) o problema. Isso até pode ser um dos fatores envolvidos mas transtornos ansiosos, a depressão e mesmo o TOC – transtorno obsessivo compulsivo – não diagnosticados por especialistas anteriores também entram na equação”, diz.

Estresse atrapalha corpo e mente
Outro fator importante é o modo como as pessoas lidam com o estresse. Antes e após procedimentos cirúrgicos (cada vez mais comuns, principalmente pelo fato de haver opções cada vez menos invasivas) os pacientes obesos são acompanhados por uma equipe muldisciplinar. Nutricionistas, educadores físicos e psicólogos são cada vez mais comuns nas equipes que auxiliam os médicos e cirurgiões no acompanhamento desses pacientes.

O motivo dessa equipe mais ampla – para além dos especialistas cirúrgicos – é fazer com que os pacientes saiam do piloto automático e passem a cuidar melhor da sua dieta e fazer atividades físicas. A obesidade, não é segredo, é um problema multidisciplinar e apenas a cirurgia não é garantia de sucesso. Emagrecer é um processo centrado na pessoa. Ninguém vai “emagrecê-la”: não há um botão ou fórmula mágica que automatize o emagrecimento.

Não saber lidar com o estresse pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso desse processo como um todo.

“Muitas vezes a pessoa está com uma dieta balanceada, faz academia e, graças aos procedimentos cirúrgicos, sente menos fome fisiológica. Mas eventos estressantes acabam fazendo com que ela comprometa sua dieta, comendo de forma errada. Isso compromete o fator físico dessa equação. Com menos nutrientes adequados o corpo vai precisar de mais energia, tirada de outros alimentos”, explica Sandra.

“O segundo fator danoso do estresse é o psicológico. A frustração pode fazer com que uma pessoa que está bem alimentada, do ponto de vista fisiológico, passe a ter desejos de determinados alimentos que tem um componente emocional forte. Um doce foi associado, em algum momento da sua vida, ao sentimento de acolhimento, por exemplo, e recorrer a esse alimento é fazer com aquelas memórias sejam reavivadas como forma de contrabalancear o estresse sentido”, complementa a especialista.

Dietas muito restritivas e o efeito rebote
Claro que a privação completa de determinados alimentos tem seu efeito negativo. É preciso equilíbrio. Observar o que faz com que você deseje determinado alimento já é um grande passo. Dessa forma você está no controle das emoções e como consequência é você que determina a quantidade a ser ingerida. Sem esse equilíbrio – e eventuais concessões conscientes – o que pode acontecer é o chamado “efeito rebote”, onde um período contínuo de restrição subitamente se torna um episódio repentino e descontrolado de consumo desenfreado.

“Em dietas muito restritivas o ‘efeito rebote’ pode anular e mesmo inverter os benefícios de uma determinada dieta. A privação completa de um alimento cria uma situação psicológica muito complexa. Por isso a importância de um acompanhamento psicológico quando se pretende emagrecer no longo prazo: saber o que é a fome, identicar os desejos por um ou outro alimento que está fora da sua dieta ideal, estar no controle desses desejos – controlando a ansiedade, idenficando episódios depressivos ou situações de estresse – e aprender a fazer pequenas e controladas concessões sem entrar em uma espiral negativa descontrolada são os pilares para esse processo de emagrecimento para além do controle da quantidade de ingestão alimentar”, afirma Sandra.

Abaixo, algumas dicas da especialista para identificar os problemas e dificuldades relacionados com iniciar uma dieta, controlar a vontade de comer e algumas formas de tentar controlar os impulsos. Confira

1. Antes de começar qualquer dieta, tenha uma meta clara e definida com relação ao processo de emagrecimento e resultados esperados para que você se mantenha envolvido no compromisso. O que vale mais, a satisfação de uma batata frita no curto prazo ou o seu corpo mais esbelto e sadio num futuro próximo?

2. Comunique as pessoas de seu convívio sobre sua decisão de emagrecer e explique o método que escolheu. Isso ajudará você a receber apoio e suporte externo, no caso de passar por momentos de instabilidade durante o processo.

3. Antes de iniciar qualquer refeição, se desligue dos problemas e não leve sentimento de raiva, tristeza e outras emoções negativas para a mesa. Não contamine o seu momento de equilíbrio e de saúde. Faça um exercício de respiração e mentalize sua meta.

4. Mantenha-se focado durante a alimentação, prestando atenção na montagem e organização do prato, nas cores da comida, cheiro, assim como na mastigação e degustação dos sabores. Aproveite cada instante para saciar todos seus sentidos.

5. Ao final de cada dia, faça uma breve revisão do que foi sentido e procure recordar-se das emoções mais presentes, analisando o que de fato lhe interessa guardar e “carregar” para o dia seguinte. Sobrecarregar-se sem necessidade pode gerar muita ansiedade e desconforto. A higiene mental diária pode ser a chave para manter-se sobre o controle de suas emoções.

6. Parabenize-se pelas vitórias do dia, por cada hábito positivo que conseguiu implantar em sua vida e por mais um degrau avançado rumo a sua meta.

Fonte O que eu tenho

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