Molécula detém a produção de proteína que estimula o crescimento das células
doentes
LONDRES - Cientistas americanos descobriram uma molécula que obriga às
células cancerígenas a comportar-se como as saudáveis, o que inclui sua própria
morte quando têm algum problema, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira
30.
A descoberta pode servir como base para um novo tratamento contra o câncer,
segundo explicou à Agência Efe o geneticista Adrian Krainer, do laboratório Cold
Spring Harbor, de Nova York, autor principal do artigo publicado pela revista
científica Open Biology, da Royal Society de Londres.
Os pesquisadores, que basearam seu estudo em um tumor cerebral, descobriram
que as células cancerígenas provocam uma mutação no gene PK-M, que começa a
produzir uma proteína que estimula seu crescimento, a uma velocidade muito maior
que as saudáveis.
"Aparentemente, para que um tumor prolifere e sobreviva, ele precisa de uma
grande quantidade desta proteína" que está presente apenas nas células
cancerígenas, apontou o cientista.
No artigo publicado nesta quarta-feira, Krainer apresenta uma molécula com a
qual conseguiu deter a produção desta proteína prejudicial em um glioblastoma -
um tumor cerebral -, e fez com que suas células malignas voltem a comportar-se
segundo os padrões de uma célula saudável.
Isto significa também que as células do tumor voltaram a respeitar a
apoptose, a morte celular programada, um processo pelo qual as células com
problemas provocam sua própria morte.
O cientista confia que esta molécula sirva de base para novos tratamentos
contra todo tipo de câncer, mas reconhece que a pesquisa se encontra em fase
inicial e ainda é necessário medir sua eficácia em ratos vivos e avaliar
possíveis efeitos colaterais.
Fonte Estadão
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