Pesquisa reativa polêmica sobre riscos para a saúde dos organismos geneticamente
modificados
Uma comissão científica francesa rejeitou um polêmico estudo coordenado por
pesquisadores do país segundo o qual ratos alimentados com milho transgênico
sofrem câncer e morrem antes, e pediu um estudo "independente". O Alto Conselho
de Biotecnologia (ACB) afirmou que não encontrou uma relação entre o alimento e
a doença, como assegurava o estudo publicado em setembro.
O estudo da equipe do professor de biologia molecular Gilles-Eric Seralini,
da Universidade de Caen, reativou a polêmica sobre os riscos para a saúde dos
organismos geneticamente modificados. A equipe analisou durante dois anos os
efeitos em 200 ratos do milho transgênico NK603 e do herbicida Roundup, o mais
utilizado no mundo, e suas conclusões provocaram uma tempestade entre o governo,
cientistas e defensores do meio ambiente.
Segundo o estudo da Universidade de Caen, ratos alimentados com transgênicos
têm tumores até 600 dias antes que nos ratos "indicador" (não alimentados com
transgênicos). No caso das fêmeas, a diferença é de 94 dias antes. Após a
decisão do ACB, Seralini declarou que o milho transgênico (produzido pela
multinacional Monsanto) deveria ser proibido, à espera de uma nova pesquisa.
Após a publicação do estudo, o governo da França pediu um procedimento
rápido, de algumas semanas, para verificar a validade científica. O governo
afirmou que se fosse confirmado que os transgênicos agrícolas são perigosos para
a saúde, pediria a proibição a nível europeu.
Fonte Zero Hora
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