Considerado um mercado fechado, com a concentração de produtores locais, a Argentina é estratégica para o movimento de expansão do laboratório nacional
A Eurofarma, empresa que atua no segmento da indústria farmcêutica, planeja construir uma fábrica na Argentina em 2012. A companhia já possui uma subsidiária no país vizinho, mas ainda não tem uma unidade produtora de medicamentos própria. As informações são do jornal Valor Econômico.
Em entrevista ao jornal, a diretora de novos negócios e sustentabilidade do grupo, Maria del Pilar Muñoz, afirma que a decisão de construir uma fábrica já foi tomada e a empresa está analisando alguns terrenos.
Considerado um mercado fechado, com a concentração de produtores locais, a Argentina é estratégica para o movimento de expansão do laboratório nacional. Maria diz que é o terceiro maior mercado de medicamentos da América Latina [atrás do Brasil e México].
De acordo com a reportagem, o valor do investimento ainda não foi definido. A companhia pretende produzir nessa unidade sólidos orais (comprimidos). Em 2009, a Eurofarma colocou os pés pela primeira vez na Argentina, com a compra do pequeno laboratório Quesada, que terceiriza a produção de medicamentos.
O plano de internacionalização da companhia começou em 2009, com a aquisição feita na Argentina. Um ano depois, comprou os laboratórios Gautier, no Uruguai, e o Volta, no Chile.
Ainda de acordo com a notícia, os próximos passos da Eurofarma na América Latina têm como alvo Colômbia, Venezuela e México. Fontes do setor afirmaram que a Eurofarma estaria negociando uma fábrica da americana Merck Sharp & Dohme (MSD) na Colômbia. Procurada, a MSD no Brasil não comenta negociações internacionais da farmacêutica. A Eurofarma nega. Na Venezuela, a empresa não descarta, no futuro, erguer uma unidade “greenfield” (construção).
As discussões sobre harmonização de dossiês e reconhecimento mútuos de registros de medicamentos entre os países da América Latina, que ainda estão bem incipientes, poderiam facilitar o trânsito de medicamentos nos países latino-americanos. Para a executiva da Eurofarma, a harmonização de dossiês entre os países já seria um passo importante para companhias com investimentos fora do país.
No mercado interno, os planos de expansão da Eurofarma para 2012 são igualmente ambiciosos. A empresa criou um conselho consultivo e pretende ter um conselho de administração. Os planos, no curto prazo, ainda não contemplam abertura de capital, segundo a executiva.
Para o próximo ano, a companhia prevê crescimento de cerca de 15%. A expectativa é que o faturamento encerre em 2011 em R$ 1,55 bilhão. Em 2010, a receita ficou em R$ 1,3 bilhão. A executiva diz que a estimativa da empresa é atingir vendas de R$ 1,77 bilhão em 2012.
Maria explica que o ano de 2011 foi intenso para a Eurofarma. E completa ao dizer que foi um período de consolidação dos negócios da companhia (compras do laboratório nacional Segmenta e da chilena Volta em 2010).
O grupo também avançou em participação de mercado. A diretora declara que houve um crescimento na área de prescrição medica (90% são produtos similares de marca com bioequivalência), saindo do quarto lugar para segundo lugar neste mês. Em genéricos, recuperamos uma parte de nossa perda de participação.
A incorporação da Segmenta, com sede em Ribeirão Preto (SP), com forte atuação na área de soro, ajudou a complementar o portfólio da Eurofarma na área hospitalar, o que também inclui medicamentos injetáveis e antibióticos.
A executiva diz ainda que, neste primeiro ano com a Segmenta a empresa passou por um período de aprendizagem e precisou realizar alguns ajustes. Segundo ela, a empresa teve que treinar equipes e reorganizar o modelo logístico e de armazenagem. No segmento veterinário, o grupo também expandiu seus negócios, com a maior venda de vacinas para febre aftosa. Neste ano, Eurofarma e Cristália se associaram para criar a Supera, uma joint venture, com 50% cada, para comercializar medicamentos maduros de ambas companhias.
A companhia concluiu recentemente pesados investimentos para expandir sua fábrica de Itapevi, na Grande São Paulo. Para 2012, a companhia pretende investir cerca de 6% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Fonte SaudeWeb
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