Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sexo na adolescência pode afetar desenvolvimento do cérebro e comportamento adulto

Segundo uma nova pesquisa, sexo durante a adolescência pode afetar o humor e o desenvolvimento do cérebro na idade adulta.

O estudo, que foi realizado em hamsters, revela como as experiências sociais durante a adolescência, quando o cérebro ainda está em desenvolvimento, podem ter consequências amplas.

Especificamente, os animais que copularam mais cedo na vida tinham níveis mais elevados de comportamentos depressivos, alterações no cérebro e tecidos reprodutivos menores em comparação com aqueles que tiveram relações sexuais mais tarde (ou não tiveram relações).

“Ter uma experiência sexual durante este ponto no tempo, no início da vida, traz consequências”, disse o coautor do estudo, John Morris.

Os pesquisadores alertam, no entanto, que o estudo não deve ser usado para promover a abstinência adolescente, uma vez que foi realizado em hamsters e não é certeza que a mesma conclusão se aplica a seres humanos. São necessárias mais pesquisas para compreender os efeitos de relações sexuais durante a puberdade.

Os cientistas fizeram um grupo de hamsters machos com 40 dias de idade (o equivalente a adolescência humana) acasalarem com fêmeas adultas. Um segundo grupo de machos acasalou na idade adulta (80 dias na vida), enquanto um grupo de controle não foi exposto a fêmeas.

Os hamsters atingem a puberdade aos 21 dias, e aos 40 dias chegam na pós-adolescência, mais ou menos equivalentes às idades 16 a 20 anos em humanos.

Quando os animais completaram 120 dias, os pesquisadores fizeram vários testes. Quando colocados na água, os animais que tiveram relações sexuais aos 40 dias foram mais propensos a parar de nadar vigorosamente, um sintoma da depressão, do que os outros três grupos.

Todos os hamsters sexualmente ativos apresentaram níveis mais elevados de ansiedade, medidos pela vontade de explorar um labirinto.

O grupo que teve relações sexuais na adolescência também mostrou menos complexidade em dendritos do cérebro, as extensões de ramificação de neurônios que recebem mensagens de outras células nervosas, e maior expressão de um gene associado com a inflamação.

Certos tecidos reprodutivos, incluindo as vesículas seminais (glândulas dos machos que ejaculam) e vasos deferentes (tubos que transportam o esperma para fora dos testículos), também foram menores nestes animais.

No entanto, o grupo de 40 dias também mostrou alguns benefícios da experiência da vida sexual precoce, incluindo massa corporal reduzida e maior resposta imune na idade adulta.

“Estudos anteriores em animais mostraram que as experiências e os hormônios sexuais, quando administrados no início da vida, têm consequências a longo prazo para o cérebro, para a fisiologia e comportamento”, disse o coautor da pesquisa, Zachary Weil.

Os pesquisadores basearam seu estudo no trabalho de Cheryl Sisk que mostrou que, em roedores, os níveis elevados de testosterona na puberdade influenciam o desenvolvimento de circuitos cerebrais que estão por trás dos comportamentos sociais do sexo masculino.

No estudo de Sisk, hamsters castrados foram menos propensos a copular com fêmeas receptivas e eram mais submissos para com intrusos do sexo masculino em comparação com machos que tinham níveis naturais de testosterona. Substituir o hormônio na fase adulta não restaura os níveis normais destes comportamentos sociais.

“Nós pensamos que a testosterona na puberdade organiza circuitos neurais durante a adolescência de uma maneira que maximiza respostas sociais e comportamentos típicos masculinos na vida adulta”, disse Sisk. Ela acrescentou que a testosterona pode estar ligada a mudanças estruturais no cérebro, incluindo como os dendritos são organizados ou conectados um ao outro.

A nova equipe está agora investigando se a testosterona é o único mecanismo envolvido. Em um novo estudo, os animais receberão o hormônio, em vez de acasalarem.

Sisk disse que acredita que uma combinação de hormônios e experiências afeta o desenvolvimento do cérebro durante a puberdade e adolescência. “Nos seres humanos, essas duas variáveis são difíceis de separar, porque os níveis elevados de hormônio que são típicos da puberdade levam ao aparecimento de características sexuais secundárias, que por sua vez alteram a natureza das interações com os pais, colegas e professores”, disse ela.

Os resultados do estudo são muito preliminares, e devem ser usados apenas para estimular a discussão sobre o papel das experiências iniciais na vida de seres humanos de uma forma geral.

“Há evidências anteriores de que a idade da primeira experiência sexual correlaciona-se com problemas de saúde mental em humanos”, disse Weil. “Mas, como todas as pesquisas com seres humanos, há uma série de outras variáveis envolvidas, como a supervisão dos pais e o status socioeconômico, que podem estar envolvidos tanto com a idade da primeira experiência quanto com a depressão”, explica.

Embora essa pesquisa possa ser útil em começar a compreender os resultados de saúde física e mental do sexo na adolescência em humanos, Weil disse que a principal conclusão do estudo é que a experiência durante a adolescência, quando o cérebro ainda está se desenvolvendo, pode ter efeitos a longo prazo sobre a saúde e o comportamento.

Weil disse que os dados, no entanto, indicam o quão potencialmente prejudicial pode ser a negligência e o abuso de jovens, em que ambos hormônios elevados e experiências negativas estão em jogo.

Fonte Hypescience

Nenhum comentário:

Postar um comentário