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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EUA querem proibir uso de celular em academias

O uso de celulares nas academias está se tornando um problema, pelo menos nos Estados Unidos.

Muitas academias sempre desaconselharam seu uso, por motivos óbvios: além de a conversa alheia poder ser um incômodo para o colega na esteira ao lado, quem usa o aparelho durante o exercício não presta atenção no que está fazendo.

Isso diminui a consciência corporal e pode fazer com que o aluno repita movimentos errados, aumentando o risco de se machucar.

Mas com os novos aplicativos como programas de condicionamento ou trilhas sonoras feitas para malhar, há sempre uma desculpa para levar o aparelhinho na malhação.

A nova preocupação dos americanos, segundo uma reportagem do "New York Times", é com a privacidade do aluno.

É que lá tem gente aproveitando o celular para fotografar ou filmar outros alunos em ação _e nem todo mundo acha graça em aparecer sem querer em alguma pose imprópria. Mas imagens já estão vazando na internet.

Algumas redes estão querendo banir o uso do celular em todas as dependências da academia, incluindo vestiários, uma tentação para os hackers da malhação.

Aqui no Brasil, a preocupação ainda não chegou. E provavelmente, proibir o aparelho não vai agradar muita gente, que acha tão óbvio levar o celular para a esteira quanto sua garrafa de água e toalha de mão.

A estudante Ilana Lafer, 20, conta que era assim. "Nem pensava no que estava fazendo, até o dia em que tropecei na esteira enquanto estava falando no celular. Percebi que não tem nada a ver, se você está treinando, tem que se concentrar no exercício."

Agora, é só o celular alheio que atrapalha o seu treino. "Tem gente que fica falando superalto sobre assuntos que não me interessam, e as esteiras costumam ser grudadas umas nas outras. É desagradável."

A educadora física e personal trainer Gisele Schneider, que orienta alunos em grandes academias de São Paulo, afirma que, apesar do incômodo que causa aos outros, o maior prejudicado é a pessoa que não desgruda do aparelho.

"Usando o celular, a pessoa tem menos consciência corporal. Mesmo quando ela para o exercício para falar é ruim, porque isso interfere no ritmo do treino", diz Scheineder.

Nas redes brasileiras, não há política para uso de celular. "Não somos nem contra nem a favor", diz o departamento de marketing da Competition.

A Cia. Athletica diz que não restringe o uso, mas que pede para os alunos deixarem o aparelho no modo "vibrar" durante as aulas em grupo.

Na Ecofit, de São Paulo, a política é parecida. Segundo a assessoria de imprensa da academia, os alunos nem levam o celular quando a aula é coletiva.

Mas, nas salas de musculação e nas esteiras, estima-se que o aparelho é usado por 90% dos alunos. E ninguém reclama.

Nem gente como a estudante Ilana, que agora é contra o celular na academia. "Não gosto, mas também acho que proibir é demais"

Fonte Folhaonline

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