Durante cinco anos, o artista plástico inglês Jamie McCartney tirou moldes de gesso de 400 vaginas, dos mais diferentes tipos de mulheres: jovens, velhas, mães, filhas...
Com os moldes, ele criou os dez painéis que formam o "Grande Mural da Vagina". A obra foi exibida em Londres neste ano.
McCartney conta à Folha que o aumento de cirurgias íntimas foi uma de suas inspirações. "Quando descobri que era a cirurgia cosmética que mais crescia no meu país, decidi agir. Não quero ser parte de uma sociedade que encoraja as mulheres a cortar sua genitália."
Para ele, a ansiedade das mulheres em relação às suas vaginas é desnecessária. "De onde elas tiram a ideia de que lábios vaginais pequenos e simétricos são melhores? Provavelmente da pornografia."
McCartney também culpa o Brasil pelo "fenômeno".
"Sim, o Brasil. Depilar o púbis para acomodar biquínis cada vez menores teve um efeito colateral. As mulheres estão comparando seus corpos como nunca fizeram antes e agora os lábios vaginais entraram no menu dos padrões ridículos."
A reação do público à sua obra foi positiva, afirma. "O mural mostra que a variedade de tamanho e aparência das vaginas é enorme. Isso ajuda a diminuir a ansiedade das mulheres."
McCartney conta que recebeu vários e-mails de agradecimento de mulheres que foram à sua exposição. "Elas dizem que o mural fez com que desistissem da cirurgia íntima ou que percebessem que são normais."
O artista tem interesse em exibir seu trabalho no Brasil. "Seus cirurgiões plásticos vão me odiar, mas estou acostumado com isso."
Enquanto o mural não chega por aqui, o trabalho de McCartney pode ser visto em seu site: www.greatwallofvagina.co.uk .
Fonte Folhaonline
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