Um estudo envolvendo o monitoramento do cérebro de indivíduos saudáveis conseguiu indicar o nível de alimentação por impulso de uma pessoa a partir do quanto os participantes focavam fotos de comida. Quanto mais atenção às imagens apresentadas, maior nível de impulsividade alimentar e o consumo calórico nesses indivíduos.
A pesquisa, feita em conjunto pela Universidade de Exeter, Cardiff e Bristol no Reino Unido e a Universidade de Bangor, no País de Gales, mostrou que o cérebro ativava a sensação de recompensa quando ativado por essas imagens. Além disso, os resultados indicaram que um menor nível de autocontrole – pessoas mais impulsivas – estava relacionado com variações para cima quando o asusnto era o Índice de Massa Corpórea (IMC). Participantes menos impulsivos, em geral, também pareciam ter um maior controle sobre o próprio peso, indicam os pesquisadores.
Os resultados, publicados no periódico NeuroImage, contribuem para a validação da hipótese de que o descontrole alimentar e consequente sobrepeso estão associados com variações no sistema de motivação e recompensa do cérebro.
Estudos anteriores já haviam corroborado essa hipótese, demonstrando que a impulsividade e a maior sensibilidade às sensações de recompensa – independente da satisfação alimentar – estão de alguma forma interligadas com o risco de obesidade. Além disso o nível de autocontrole também tem importância fundamental no processo.
Se o cérebro é o principal causador do problema, como reverter a situação?
Uma descoberta importante da pesquisa diz respeito ao controle do ganho de peso: se é o cérebro o principal responsável pela maior propensão à obesidade, então treinos e técnicas comportamentais podem aumentar o autocontrole e levar a um maior controle da ingestão alimentar, o que pode reverter o risco de obesidade.
“Nossa pesquisa aponta na direção de que a imagem de um alimento pode ativar uma série de reações. Entre estas imagens estão as propagandas de lanchonetes e restaurantes, por exemplo. Com isso o indivíduo luta para manter o autocontrole sobre sua decisão de comer ou não algo e, como resultado, tendem a perderem o controle sobre o próprio peso. Outras pessoas parecem ser menos suscetíveis a isso. Talvez uma série de treinos possa ajudar os menos ‘controlados’ a inverterem esse processo de se alimentar sem estar com fome ou então de ter menos controle sobre a quantidade de comida ingerida”, explica Natalia Lawrence, uma das pesquisadoras e principal autora do estudo.
Os pesquisadores, entretanto, alertam que o estudo não pode afirmar categoricamente que esse tipo de mecanismo é algo aprendido ou um mecanismo biológico. Mas alternativas para diminuir esse tipo de processo quando ele se inicia no cérebro podem ajudar indivíduos com traços de personalidade mais impulsivos. Um tratamento deste tipo, obviamente, não pode ser algo especificamente para emagrecer, mas o controle da impulsividade e da ansiedade de um modo em geral ajudaria em um maior controle alimentar e – dentro de um programa que envolva acompanhamento nutricional e exercícios físicos, por exemplo – na perda de peso.
Fonte O que eu tenho
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