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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Teste com vacina experimental contra malária produz parasitas mais virulentos

Ciclo da malária
Imunização em ratos criou condições favoráveis para a evolução de parasitas que causam forma mais grave da doença

Pesquisadores da Penn State University, nos Estados Unidos, descobriram que a imunização de ratos com um componente de vacinas experimentais contra a malária deu origem a parasitas mais virulentos e evoluídos.

O trabalho sugere que o controle da doença com um tipo particular de vacina pode criar condições ecológicas que favorecem a evolução de parasitas do gênero Plasmodium que causam a forma mais grave da malária.

"Estamos muito longe de ser capaz de avaliar a probabilidade de esse processo ocorrer em seres humanos, mas nossa pesquisa sugere a necessidade de uma maior vigilância. É possível que estirpes mais virulentas da malária possam evoluir se uma vacina contra a doença for usada de forma generalizada", explica o líder da pesquisa Andrew Read.

A pesquisa revela que os parasitas mais virulentos evoluíram em resposta à vacinação, mas o mecanismo exato ainda é um mistério. Nenhuma vacina contra a malária já foi aprovada para uso generalizado.

As vacinas eficazes contra a malária são notoriamente difíceis de desenvolver porque o parasita da malária é muito complexo. Centenas de cepas diferentes da doença existem simultaneamente em qualquer região onde ela é prevalente. A maioria dos criadores de vacinas utilizam apenas pequenas partes do parasita para produzir uma molécula de antígeno que então se torna um ingrediente-chave contra a malária.

Read e seus colegas testaram o antígeno AMA-1, um componente de várias vacinas em fases de ensaios clínicos.

Os pesquisadores descobriram que os parasitas que causaram os piores sintomas da malária em camundongos não vacinados evoluíram depois de "escaparem" de 10 camundongos vacinados.

O antígeno AMA-1 utilizado no estudo induz o corpo a produzir anticorpos antimaláricos. Estes anticorpos reconhecem o antígeno AMA-1 nos parasitas e desativam a infecção. A forma do antígeno garante que os anticorpos podem se ligar de forma segura ao parasita da malária, um passo importante na produção de imunidade.

Os cientistas já sabiam que as vacinas ficam obsoletas quando as mutações evolutivas alteram a estrutura do antígeno do parasita de tal forma que o anticorpo não é capaz de bloquear seu alvo. No entanto, o estudo mostrou que o parasita da malária evoluiu dentro dos ratos vacinados mesmo sem quaisquer alterações detectáveis no alvo do anticorpo no parasita.

Segundo os pesquisadores, eles ficaram surpresos ao descobrir que cepas mais virulentas de malária evoluíram, mesmo quando o gene que codifica o antígeno chave manteve-se inalterado. Os investigadores concluem que a evolução deve ter ocorrido em algum lugar no genoma do parasita.

Read espera que o resultado possa levar os pesquisadores de vacinas a considerar como elas podem afetar a evolução dos parasitas.

A equipe agora busca determinar os locais exatos sobre o DNA do parasita onde as mutações ocorreram.

Fonte isaude.net

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